Estou feliz. Acabei de reparar que este espaço, que me é muito querido, ultrapassou as 400 mil visualizações e tem mais de 1500 comentários. Devem estar incluídos aos que respondi, não sei, mas em quase cinco anos de divulgação da minha Cidade e das Regiões que fui percorrendo, acho que valeu a pena.
Hoje vou divulgar mais uns espaços comerciais, não só pela arquitectura e decoração como pelo que representam para a Cidade do Porto.
Comecemos pela antiga Livraria Académica do amigo (poderei considerá-lo assim, oxalá ele me permita) Nuno Canavez. Já a tinha referido no meu poste http://portojofotos.blogspot.pt/2012/03/123-rua-dos-martires-da-liberdade.html , mas nunca tinha entrado.
Quando entrei há dias com uns amigos, o Senhor Nuno Canavez atirou: Cheira-me a Transmontanos. E não se enganou, pois ia acompanhado por dois genuínos filhos daquele bendita região.
A livraria foi fundada em 1912 na Rua das Oliveiras a transferida para este local, no início da Rua dos Mártires da Liberdade por Joaquim Guedes da Silva.
O Senhor Nuno Canavez entrou muito moço para empregado, ficando depois à frente da Livraria. Edita catálogos várias vezes por ano e recomendo uma visita à página http://www.livraria-academica.com/
Mereceu diversas homenagens de amigos e do antigo Presidente da República Dr. Mário Soares aquando da passagem do centenário da Livraria.
Trasmontano de Mirandela, tem o Senhor Nuno Canavez vasta obra escrita dedicada à região. A biblioteca da cidade está recheada de milhares de obras ofertadas pelo seu filho.
Com uma gentileza digna de registo, disponibilizou-se a mostrar-nos a sua casa e as obras que guarda, bem como recordações e homenagens que merecidamente lhe prestaram ao longo da sua vida de 80 e alguns anos.
Foi uma hora bem passada com muita cultura à mistura que não poderia deixar de referir.
Há um ano e alguns meses, passeava com uns amigos brasileiros pela Rua das Flores ainda em obras e muito pó no ar. Numa das poucas ourivesarias que ainda existem nesta rua - de mais de vinte tem agora três ou quatro - viu a esposa do meu amigo uns artigos que quis comprar como recordação.
A ourivesaria em causa foi a Neves & Filha que usa este nome desde 1875, embora inicialmente e desde 1840 se chamasse Leitão & Irmão.
Mantêm-se o estilo arte nova bem como o relógio e barómetro da época inicial da Leitão & Irmão.
Devido ao estado da Rua, a loja não estava nas melhores condições de limpeza e arrumação. Mesmo assim, foi-me autorizado fotografar o que quisesse.
A proprietária actual, desenhadora de jóias, segue a tradição do pai que adquiriu a loja em 1920.
Algumas peças e os meus amigos nas compras. Por razões de segurança, não fotografei os móveis lindíssimos onde estão expostas algumas peças para venda.
Um saltinho até ao Mercado do Bolhão. Não para escrever sobre ele - até me custa - mas sobre umas fotos antigas que encontrei por casualidade na parte superior de uma das poucas lojas ainda em funcionamento.
Nunca encontrei estas fotos na net e tentei captá-las embora com dificuldade pois estão num ponto alto e era já muito tarde num dia cinzento. Com a luz possível, tentei mais ou menos dos mesmos ângulos fazer fotos actuais. Mais de 90 anos as separam.
É assim que se encontra há anos este velho Mercado. A cair, sem soluções, sem clientes, sem bancas.
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
210 - Estabelecimentos Comerciais
Foi em Maio passado, no dia do Bando do Café Progresso, que a rapaziada foi almoçar ao Antunes o célebre Chispe no Forno, no Bonjardim.
Um pouco abaixo e do outro lado da rua, entrei no Pretinho do Japão e pedi autorização para fazer umas fotos desta mercearia antiga.
Para a decoração actual, mantiveram muito da estrutura e mobiliários primitivos.
Está projectado para o pátio das traseiras um outro espaço. A ver vamos. Desejo boa sorte ao antigo Marçano, o Zé Manel.
Um pouco abaixo e do outro lado da rua, entrei no Pretinho do Japão e pedi autorização para fazer umas fotos desta mercearia antiga.
Esta foto da frontaria é recente.
Um gato era normal existir nas mercearias antigas. Pelo menos tanto quanto me recordo.
Este estabelecimento existe desde 1947. O Pretinho do Japão tem uma pequena escultura-símbolo e do nome não se sabe ao certo a origem. Pode ter vindo de uma história, (do Bandarra) de uma lenda (espírita) ou efeitos da concorrência de um estabelecimento próximo que existiu com o nome de Favorita do Japão.
Passados uns tempos voltei a passar por aqueles lados e reparei que a casa estava em obras.
Reabriu por altura do Natal. Entrei novamente em Janeiro último e chamou-me logo a atenção o lindo painel de azulejos que ficou escondido com a remodelação. Fiz notar isso ao proprietário.
Aspectos antigo e novo, respectivamente acima e abaixo nas fotos.
Foi aberta onde era o armazém uma nova sala, especialmente dedicada à gastronomia e garrafeira.
Algumas relíquias
Os velhos moínhos de moer o grão de café ainda se utilizam. Em destaque os deliciosos ladrilhos de marmelada. Conferi que são mesmo de marmelo.Para a decoração actual, mantiveram muito da estrutura e mobiliários primitivos.
Pormenor da sala interior e uma pequena escultura de outro Pretinho
A primitiva porta que dividia a "mercearia" do armazém, agora nos fundos
Elementos decorativos graciosos
A escultura do Pretinho do Japão recebe-nos à entrada do novo espaço.Está projectado para o pátio das traseiras um outro espaço. A ver vamos. Desejo boa sorte ao antigo Marçano, o Zé Manel.
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
209 - Comércios vizinhos da Torre dos Clérigos
Imaginem amigos e amigas leitores-leitoras estarem junto à Torre dos Clérigos, voltados de costas para ela e do lado esquerdo vão caminhar ao longo do passeio, numa distância talvez de 50 metros. Encontramos Comércios Tradicionais que me dão muito prazer olhar. Espero que a vocês também.
Estamos no antigo Campo do Olival e muito próximos da Porta do Olival
Daqui estamos de frente para a Torre e o passeio que vamos percorrer de lá para cá. Já agora uma informação complementar. O conjunto Igreja-Torre foram restauradas e valem bem uma visita mesmo para quem já conhece.
A parte lateral da Torre reflecte-se nas suas montras
Vamos começar pela Garrafeira dos Clérigos, que julgo chamar-se comercialmente Cleriporto. É um comércio relativamente recente, especializado na venda e degustação de Vinhos.
Para além da bonita decoração, sobressaem as paredes em pedra e os painéis de azulejos.
O Tecto é um magnífico vitral que cobre todo o espaço
Prosseguindo, encontramos a Casa Oriental fundada em 1910
Inicialmente comercializava Chás, Cafés e Chocolates. Após a segunda guerra mundial expande a gama especialmente aos produtos tradicionais portugueses. A sua imagem de marca é o Bacalhau.
Famoso o painel publicitário
Um pouco acima encontramos a herdeira do Boticário do Olival. Creio que foi assim que se chamou. Vão reparar nos textos que encontrei e que merecem destaque.
Não há registos históricos, mas foi-me dito que a Farmácia tem mais de 100 anos. O Boticário teria pelo menos 200 anos e à porta haviam uns banquinhos de pedra onde os clientes esperavam pelos aviamentos.
Um texto curioso refere que em 1476 o tintureiro Afonso Vasques e sua mulher Maria Martins moradores à Porta do Olival empazam quatro courelas de chaao que pertencem à Câmara. E vendeu (sem data referida) ao boticário Afonso Pais o prazo de um quarto de chaao com casa na Porta do Olival.Em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo3801.pdf
Presume-se que no local já era conhecido um Boticário
Entre fotos com 6 anos de diferença alguns restauros e modificações.
Uma parte do mobiliário vem desde o início da nova farmácia.
Pormenores riquíssimos.
O tecto, restaurado com frequência, em gesso relevado pintado a branco e dourado é igualmente do início da Farmácia.Agora leiam meus caríssimos e caríssimas visitantes, o texto que encontrei publicado no Diario do Goberno do Imperio do Brasil, Diario Fluminense, na página 396 do número 98 de Quarta-feira 26 de Outubro do ano de 1825. Em rodapé da página e presumo que seja um anúncio: Na Botica da rua de S. Pedro próxima á da Quitanda, ha hum surtimento das verdadeiras pirolas de familia, da receita do falecido Boticario Antonio Pereira de Mesquita, no Porto, dentro da Porta do Olival: as quaes pirolas vendem-se a meudo; e em porção de latas, vender-se-hão muito enconta.
A ortografia bem como as acentuações foram copiadas e dactilografadas a partir do original que se pode ler reproduzido na net. Pena não ser permitido copiar directamente do original, mas não podemos ter tudo...
Apenas por curiosidade, a cópia da primeira página do diário.
Não sei como, consegui "sacá-la".
Ainda por curiosidade vejam o título Diario Official. Mas se se deram ai cuidado
Ainda por curiosidade vejam o título Diario Official. Mas se se deram ai cuidado
no interior vamos encontrar Diário Fluminense.
Chegamos ao local onde existiu a Porta do Olival. A Muralha que chamamos de Fernandina do século XIV, subia a Rua dos Clérigos desde os Loios (Cardozas, onde hoje está o Hotel Intercontinental), continuava pela actual Rua da Assunção até ao Olival e descia pela Vitória e Miragaia até ao Rio.
Dessa Porta vamos encontrar vestígios no Café Portas do Olival.
Vou transcrever apontamentos do Historiador Germano Silva recolhidos no blogue do amigo Fernando Cardoso http://cadernosdalibania.blogspot.pt/ cuja visita recomendo. Não sem antes deixar o "recado": apreciem o lombo assado que esta casa cozinha.
É o Café mais antigo da Cidade do Porto que já funcionava com a mesma designação em 1853. Pensa-se que será mais antigo pois virá desde o tempo do Botequim de Adães.
Na planta inferior, encontramos traves esteios das antigas muralhas.
A porta lateral terá sido construída em parte na Porta do Olival notando-se ainda a ogiva. A parede faz parte da sua construção.
Copiando o Professor Germano Silva : Conhece-se pouco da sua existência mais antiga, mas sabe-se que nos finais do século XIX, ou começos do XX,
pertencia a um indivíduo chamado Joaquim da Silva, que se tornara numa figura
típica da cidade por causa das compridas barbas brancas que usava. Brancas, da
idade, claro.
Quando morreu, entre 1916 e 1917, o tal Joaquim da Silva deixou o café, por
herança, a uma criada que com ele trabalhava. Com a morte da criada e do
marido desta, chamado António de Oliveira, o café passou para a posse de uma
irmã do Oliveira, que por sua vez o trespassou já nos idos de 60 do século
passado.
Os actuais proprietários conscientes da importância que o seu estabelecimento tem no
contexto do património da cidade e nacional (a Muralha Fernandina é monumento
nacional) tudo fazem no sentido não apenas de preservar o património existente,
mas também de o valorizar e divulgar, mantendo em bom estado e perfeitamente
visível esta verdadeira relíquia portuense.
Dois magníficos painéis fotográficos decoram o salão. Em cima, a Muralha Fernandina nos Guindais, o troço mais visível dos que ainda se podem apreciar.Em baixo, o local onde esteve a Porta do Olival. O edifício branco que faz esquina é o Café.
Actualmente o local chama-se Campo Mártires da Pátria. Os Comércios que apresentei estão ao correr desse passeio até à Torre dos Clérigos. Mas isso já os meus leitores e leitoras perceberam.
Já várias vezes referi estes Estabelecimentos Comerciais. Mas todos as vezes que por eles passo, seja para mostrar aos amigos e amigas, não me recuso a fazer mais uma recordação.
E é assim a minha-nossa Cidade.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
208 - O Couto de Dornelas e a Festa de S. Sebastião
O meu amigo e ex-camarada desde os tempos de Vendas Novas e já lá vão mais de 47 anos, o Barreto Pires, fez um convite ao Bando do Café Progresso - os amigos e ex-camaradas sabem a quem me refiro - na pessoa do Presidente Jorge Teixeira (Jotex para os amigos ) para uma visita à sua terra por altura das Festas de S. Sebastião.
Dornelas fica nas terras de Barroso, freguesia do Concelho de Boticas em Trás-os Montes.
Convite aceite e a rapaziada meteu carros e camionetas ao caminho. Uma grande parte do percurso desde a minha-nossa Cidade do Porto - e há duas alternativas - é feita por auto estradas e depois por estradas nacionais de muito boa qualidade.
O nevoeiro e a neve são presenças nesta altura do ano. E se nuvens escuras são sinónimo de frio, não assustam viandantes experimentados, tenham ou não assumido temperaturas de 40 e mais graus nos velhos tempos.
Vamo-nos aproximando do destino, Barroso cá estamos nós, mas ainda há tempo para umas fotos paisagisticas
Chegados e bem dispostos, (já tínhamos feito o mata-bicho na casa nova do Pires) vamos então conhecer Dornelas e a história da Festa de São Sebastião. Na foto, o Cruzeiro.
O Povo local gosta que lhe chamem Couto de Dornelas, criado em 1127 pelo nobre Ay Ayres que raptou da corte de D. Afonso Henriques (o nosso primeiro) uma dama e com ela veio viver para estas terras que, segundo a história era despovoada. Construiu residência e capela.
Uma antiga de há muito, muitos anos... houve na região um ano de muita fome e peste. O Povo pediu a S. Sebastião que os protegesse. Em troca prometeram realizar uma Festa onde não faltasse carne e pão a quem a ela comparecesse.
O povo voltou a acolher-se sob a protecção do Santo: Se os invasores não entrarem no Couto faremos todos os anos no dia 20 de Janeiro uma festa em tua honra onde não faltará comida a toda a gente que a ela vier...
Diz o meu amigo Barreto Pires que os invasores transitavam em direcção ao Porto pela estrada romana Chaves-Braga que passa pela serra do Barroso e aqui bem perto.
A carne era e ainda é cozinhada nos potes de ferro, na casa do Santo à volta de uma grande lareira.
Vem gente de muitas localidades para a Festa. A tradição ainda é o que era.
Vão-se comendo os merendeiros trazidos de casa enquanto se aguarda pela comida benzida.
Uma parte do percurso onde a mesa está instalada. Digo eu que não medi que tem 500 metros. Há quem diga que são 1000 metros. Percorrêmo-la toda mas nem dei fé da sua extensão.
Não assistimos à distribuição da comida, iría demorar muito. Seguimos para a casa velha do Barreto Pires no lugar de Gestosa, que pertence à freguesia e onde fomos presenteados com uma bela refeição.
Contou o meu amigo Barreto Pires que no tempo dele, da tradição fazia parte o doar das carnes, que eram de Porco como ainda hoje é. Quem oferecia o Peito, o Cachaço, a Barriga, enfim, cada parte do bicho, essa parte é a que vinha para a sua mesa onde partilhava com os seus convidados e amigos no dia da Festa.
Fazendo jus à tradição da Festa fomos presenteados com o melhor e mais completo cozido trasmontano que já apreciei.
Carnes e enchidos da região, criados e fabricados em "casa". Incluiu carne de boi barrosã e frango da "casa" .
Legumes da terra, mais o feijão vermelho, arroz e hortaliças. O vinho não era o dos mortos, porque essa tradição acabou.
No final do repasto, as senhoras que trabalharam - a esposa e a cunhada do Pires, ofereceram o pão que havíamos de trazer para a viagem.
Dornelas fica nas terras de Barroso, freguesia do Concelho de Boticas em Trás-os Montes.
Convite aceite e a rapaziada meteu carros e camionetas ao caminho. Uma grande parte do percurso desde a minha-nossa Cidade do Porto - e há duas alternativas - é feita por auto estradas e depois por estradas nacionais de muito boa qualidade.
O nevoeiro e a neve são presenças nesta altura do ano. E se nuvens escuras são sinónimo de frio, não assustam viandantes experimentados, tenham ou não assumido temperaturas de 40 e mais graus nos velhos tempos.
Vamo-nos aproximando do destino, Barroso cá estamos nós, mas ainda há tempo para umas fotos paisagisticas
Chegados e bem dispostos, (já tínhamos feito o mata-bicho na casa nova do Pires) vamos então conhecer Dornelas e a história da Festa de São Sebastião. Na foto, o Cruzeiro.
O Povo local gosta que lhe chamem Couto de Dornelas, criado em 1127 pelo nobre Ay Ayres que raptou da corte de D. Afonso Henriques (o nosso primeiro) uma dama e com ela veio viver para estas terras que, segundo a história era despovoada. Construiu residência e capela.
Torre posterior e Igreja matriz onde se realizou a Missa em honra de S. Sebastião
Foram chegando forasteiros para a povoar e logo que se acoutassem à capela não poderiam ser presos nem punidos pela justiça do rei. Começaram a cultivar os terrenos para o senhor.
Pelourinho. Ao fundo a serra do Barroso e a neve.
Vamos descobrir a Festa de S. Sebastião presa a duas lendas.Uma antiga de há muito, muitos anos... houve na região um ano de muita fome e peste. O Povo pediu a S. Sebastião que os protegesse. Em troca prometeram realizar uma Festa onde não faltasse carne e pão a quem a ela comparecesse.
A Torre vista de trás e o Povo esperando à porta da Igreja o final da missa
A mesa do Santo que se estende pela Rua principal
Os anos passaram e o povo foi ficando esquecido do seu Santo e da Festa, mesmo que tenham havido anos de doença e fome. Até que chegaram as invasões napoleónicas, mais concretamente a segunda de 1809 com a sua fama de pilhagens, violações e mortes.O povo voltou a acolher-se sob a protecção do Santo: Se os invasores não entrarem no Couto faremos todos os anos no dia 20 de Janeiro uma festa em tua honra onde não faltará comida a toda a gente que a ela vier...
A mesa entendendo-se ao longo da rua principal.
Continuando a história da lenda, caiu um nevão tão grande que não permitiu aos invasores franceses descer ao Couto.Diz o meu amigo Barreto Pires que os invasores transitavam em direcção ao Porto pela estrada romana Chaves-Braga que passa pela serra do Barroso e aqui bem perto.
A carne era e ainda é cozinhada nos potes de ferro, na casa do Santo à volta de uma grande lareira.
Porque não consegui melhores fotos, recorri ao meu amigo Fernando Súcio.
O Povo cozinhando para o Povo
A bênção da comida
Saída para a procissão
O Santo saindo da sua casa
Espigueiro onde se guardam ou guardavam os cereais. Existem alguns ainda.
Aguardando a distribuição da comida, o Povo faz a festa.
Vão-se comendo os merendeiros trazidos de casa enquanto se aguarda pela comida benzida.
Festa é Festa e há muita animação mesmo com imenso frio.
Velho moinho de água. Um casal sénior aproveita para merendar.
Nestes moinhos moíam-se os cereais para fazer o pão.
Uma parte do percurso onde a mesa está instalada. Digo eu que não medi que tem 500 metros. Há quem diga que são 1000 metros. Percorrêmo-la toda mas nem dei fé da sua extensão.
Não assistimos à distribuição da comida, iría demorar muito. Seguimos para a casa velha do Barreto Pires no lugar de Gestosa, que pertence à freguesia e onde fomos presenteados com uma bela refeição.
Começando por aperitivar com verdadeiros Rojões como são servidos na região, rojidos na sua banha, juntamente com o pão tradicional.
Fazendo jus à tradição da Festa fomos presenteados com o melhor e mais completo cozido trasmontano que já apreciei.
Carnes e enchidos da região, criados e fabricados em "casa". Incluiu carne de boi barrosã e frango da "casa" .
Legumes da terra, mais o feijão vermelho, arroz e hortaliças. O vinho não era o dos mortos, porque essa tradição acabou.
No final do repasto, as senhoras que trabalharam - a esposa e a cunhada do Pires, ofereceram o pão que havíamos de trazer para a viagem.
A partilha do pão pelo Barreto Pires e pela esposa D. Maria da Luz.
Assim é a tradição das gentes transmontanas, gente que muito considero desde há anos. Já não me admiro pela seu lhano e gentileza pois habituaram-me a elas.
Um abraço fraterno ao meu amigo que para além do mais me fez conhecer mais um pouco desta região e das suas tradições.
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