Mas tudo tem um princípio.
Existia já uma muralha (ou cerca velha) presumivelmente construída pelos romanos e referenciada no séc. IX ou X. Aquando da conquista da cidade aos sarracenos por Vimara Peres no ano de 868, deverá ter ficado bastante danificada e por documentos posteriores, refere-se a reconstrução dessa muralha. Existe ainda um pequeno pano e torreão próximo da Sé. Essa estória fica para outra altura.
A cidade entretanto expandiu-se e em meados do séc. XIV, no reinado de D. Afonso IV iniciou-se a construção da nova Muralha que só viria a concluir-se em 1370, no reinado de D. Fernando. Daqui a origem do nome porque ainda hoje é conhecida: "Muralhas Fernandinas". Mas Cerca Nova ou Muralha Gótica são outras designações que se lhe aplicam. Cientificamente parece que mais correctas.Pormenor da maqueta do Porto Medieval existente na Casa do Infante. Infelizmente a iluminação que refere os vários pontos de interesse está avariada (?) há meses.
Em finais do séc. XIX e princípios do séc. XX, a muralha estava em ruínas.
Parte do pano e um dos torreões junto à escarpa dos Guindais.
Os Guindais e parte da Muralha vista da Serra do Pilar
Se estamos na Ribeira, ou subimos a pé, que diga-se de passagem custa um pouco, ou pelo elevador. Pormenor junto à entrada para os Guindais
Saindo do elevador, encontramos a última Torre, junto ao antigo Convento de Santa Clara, hoje instalações do Instituto Ricardo Jorge
Pode-se passear e visitar o interior das muralhas. Creio que das 9 às 17 horas. É o mesmo horário das instituições de solidariedade que se encontram no interior. Mas a entrada faz-se pelo antigo Convento de Santa Clara e de acesso à Igreja. Voltamos à esquerda e encontra-se a porta de entrada .
A subida para a Muralha faz-se ùnicamente por esta escadaria. Flores e ervas daninhas acompanham-nos. À direita, um belíssimo laranjal e ninhos de gaivotas e outras aves.