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sábado, 15 de maio de 2010

15 - Muralhas Fernandinas em Miragaia

Vamos espreitar então o que resta das Muralhas Fernandinas cuja história já sabemos a partir do poste 12. Tem de haver uma boa caminhada para lá chegarmos, esta bem mais difícil pois tem desces e muito sobes. Mas como no meio está a virtude e porque o que interessa é passear e ver paísagens magníficas e velhos casarios, recomendo como ponto de referência os Clérigos, onde a Muralha passava, mas sem vestígios, descendo até às Taipas onde encontramos o Largo de S. João Novo. É sempre a descer. Aí vamos encontrar a Igreja de S. João Novo, do séc. XVII-XVIII, em estilo Barroco. Digna de visita. Há quem a compare ao estilo da Igreja dos Grilos. (ou de S. Lourenço, junto à Sé Catedral)
Em frente encontra-se o Palácio de S. João Novo, ou Palacete dos Costa Lima, do séc. XVIII, atribuído a Nasoni, mas sem confirmação. Escreve-se mesmo que foi do arq. António Pereira. Foi edificado para residência de um funcionário público, e depois da sua morte foi habitado por famílias ilustres portuenses. O fundo está encostado às Muralhas. Foi ocupado pelos franceses aquando da invasões e hospital das tropas liberais de D. Pedro IV. Museu de Etnografia e História desde 1945 até à degradação que um incêndio em 1984 potenciou e o seu encerramento aconteceu em 1992. E para ali está. Inaproveitado.
Passamos então pelo lado direito de quem está de frente para a Igreja e encontramos a Capela de Nossa Senhora da Esperança, de cariz marítimo. Presumo que do séc. XIX. Está edificada numa torre das Muralhas. E voltamos à esquerda onde encontramos os panos visíveis da Muralha que descem por toda a rua chamada de (Escadas) Caminho Novo.
Pormenor quási no início da descida da rua
Ao meio, com magnífica vista para o Rio Douro e Gaia.
O final junto à Rua Nova da Alfandega, bem próximo do Rio Douro
Voltando ao início das Escadas, olhamos da Rua Francisco Rocha Soares ( pai ou filho ? mas ambos célebres ceramistas das Fábricas de Massarelos e Miragaia e do Vidro em Paço de Rei, Gaia) ou também conhecida por Rua da Cordoaria Velha, e conseguimos ver parte de uma Torre e Muralhas.
Está meia escondida pelos prédios, uns em ruínas outros em perfeito estado de conservação.
Subindo a íngreme rua, vamos dar às Virtudes e logo deparamos à esquerda, bem lá no fundo, com o Monumento Nacional que é a Fonte de Rio Frio. Limpa mas sem as imagens que lhe roubaram. E ainda sem jorrar água da que diziam fazer milagres. Por de trás o Jardim do Horto, infelizmente fechado embora escrevam por aí que não, com tanta história para contar.
Olhamos também o Passeio das Virtudes, que foi no século XIX local de passeio da elite da cidade
A dois passos, o antigo Clube Inglês, moradia nobre setecentista. Foi de uma família de comerciantes da cidade, da Congregação de São Bernardo e do Clube Inglês do Porto. No seu jardim, assente numa parte das Muralhas Fernandinas, esteve montada, durante o Cerco do Porto, uma bateria das tropas liberais devido à sua localização.
Hoje é posse do Estado e alberga uma instituição de apoio social.
Triste verem-se grafites nas paredes exteriores, sem qualquer sentido. Apenas para sujar.
Passando a entrada principal, encontramos a porta de acesso aberta num dos panos da Muralha. Ontem, dia quási feriado pelo menos para parte da população, os funcionários lavavam os carros de serviço. Não foi a foto que queria, mas foi a possível. Há que respeitar quem trabalha principalmente num feriado. E a instituição trabalhou mesmo.
O interior com um bonito frontal do portão em ferro.
O acesso ao cimo das Muralhas faz-se por uma artística escada, condizente com o portão.
Vista interior de um pormenor do jardim e das Muralhas.
Do alto, as panorâmicas são magníficas. Em primeiro plano a Igreja de S. João Novo. Em fundo uma parte da alta Vila Nova de Gaia.
Para a direita uma espectacular vista sobre Miragaia Baixa, Massarelos e a Ponte da Arrábida. Vila Nova de Gaia e o Rio Douro.
As muralhas e a cúpula do edifício
Um torreão construído sobre as muralhas.
E pronto, fica aqui o convite para este passeio. E depois é só seguir para a Miragaia de baixo, dos povos primitivos, românica, medieval, judaica, setecentista. E também da outra, com a marca inglesa, liberal e anti-fascista.
Textos retirados e compilados da Wikipédia, Câmara do Porto, Junta de Freguesia de Miragaia. E alguns meus, claro.

14 - Cretinices e a visita do Papa à Cidade do Porto

Duas entidades públicas, que deveriam viver em harmonia, andam sempre de costas voltadas: Câmara Municipal do Porto e Futebol Clube do Porto. É a estupidez levada ao ponto mais alto.
O F.C. Porto colocou 2 tarjas saudando o Papa, num edifício onde mantém instalações desportivas na Praça do Município. Deveria saber que tinha de requerer licença. A Câmara mandou retirar as tarjas pelos seus fiscais e que se o Clube não o fizesse, mandariam os Bombeiros fazê-lo.
Pergunto: não era preferível aplicar a multa e deixar as tarjas no local ? Cretinices e Estupidez de mãos dadas.
Foto recolhida na net

No meu escrito nº 8 - A visita do Papa e a Avenida dos Aliados, mostrei uma foto com um edifício degradado. Disse que não sabia a quem pertencia o edifício. Esse edifício, na foto com uma tarja amarelada e outra rosa, esconde parte da degradação. Agora pergunto: Será que foi requerida licença para a colocação das tarjas ? E quem a requereu e quem a pagou ? Será que afinal o dono do prédio existe e pode pagar as licenças ? Mas cheira-me, pelo estilo e cores das tarjas que se viam pela cidade, que foi a Câmara que as produziu e colocou. Terá sido por isso, (cores e estilo)que as tarjas do F.C. Porto foram mandadas retirar ? Se alguém souber responder, agradeço.
É que o Futebol Clube do Porto para além de ser o clube com mais títulos é
Instituição de Utilidade Pública
Medalha de Ouro de Mérito Desportivo C. M. P.
Cruz Vermelha de Benemerência
Medalha de Mérito Desportivo
Medalha de Ouro de Honra da Cidade
Medalha de Honra de Mérito Desportivo
Membro Honorário da Ordem do Infante Dom Henrique
Grande Colar de Honra ao Mérito Desportivo
Membro Honorário da Ordem de Mérito
Senhores que se acham donos da Cidade. Estão na Câmara, porque foram eleitos pelo Povo do Porto. Há que saber respeitar se querem ser respeitados.