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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

254 -Roteiro em Lordelo do Ouro.

Há um espaço na cidade onde gostava de caminhar, olhava à minha volta e fotografava tudo que via. Fica entre a Foz do Douro, por vezes entre o Castelo do Queijo e o Jardim do Calém em Sobreiras pela marginal do Rio Douro. Quase poderei dizer que acompanhei a construção dos dois molhes da Barra do Douro.
No Jardim do Calém existem as Memórias da Viagem a Ceuta e que nos transportam também para a lenda do nosso apelido de Tripeiros. E há o Observatório das Aves e um pequeno bar anexo ao Posto de Socorros a Náufragos.                                 
Daqui espreitamos uma pequena capela que se situa no Monte de Santa Catarina. Então este roteiro começa pela curiosidade de a conhecer. Só é preciso subir a Rua das Condominhas. Então vamos a isso.
Antes de iniciar a subida, à esquerda deitamos um olhar para a Capela do Senhor e da Senhora da Ajuda. É de construção seiscentista que sofreu algumas alterações. Segundo li o interior é belíssimo.
Uma imagem com certa graça. A Ponte da Arrábida ao fundo. E começamos a subida.
Em determinado ponto da Rua devemos seguir as placas informativas. Por entre ruas estreitinhas vamos dar ao Largo de Santa Catarina. Dado a proximidade da Barra do Douro, foi um excelente ponto de observação e um marco para a navegação marítima.
A Capela de Santa Catarina e Senhora dos Anjos foi construída no séc. XIV tendo sofrido várias alterações.
É uma capela singela mandada construir pelo homens do mar com o apoio do Rei D. João I.
Normalmente está fechada .Abre ao sábado à tarde para manifestações diversas. Tive a sorte do meu lado porque apareceu o senhor que tem a chave e me permitiu visitá-la
Agora vamos até ao Miradouro verdadeiramente dito.
Sobre o muro que circunda o largo, espraiamos o olhar sobre o Douro e Gaia. Aos nossos pés, hortas e árvores de fruto. E tentamos imaginar como tudo seria há 7 séculos atrás.
Ao fundo a barra do Douro. À esquerda a antiga Manutenção Militar.
A Ponte da Arrábida destaca-se de qualquer ângulo em que a olhemos.

Dois anos mais tarde, em meados de Outono voltei a ao Miradouro com os amigos Peixoto e Quintino. Tivemos paciência para ver o fim de tarde.
Um barco de pesca acaba de entrar a barra a caminho do Porto da Afurada. Gravei em vídeo toda a rota que fez até encostar ao outro lado.
Desconheço o nome do lugar mas está mais ao menos para Norte.
Pôr do Sol no mar

Voltando ao primitivo passeio, desço a Rua do Senhor da Boa Morte até ao Largo que se encontra voltado para o Rio.


Chegado ao Largo que não tem nome pois é formado, digamos assim, por várias ruas. Há um restaurante simples com boa comida caseira em lista pequena. Uma parte d'O Bando do Café Progresso já lá esteve duas ou três vezes.

Agora é só olhar o Rio e decidir o que fazer.
Lordelo do Ouro já teve estaleiros famosos. Lá se construíram os barcos da expedição a Ceuta. E muitos outros.
Para dar um passeio até ao outro lado, temos de atravessar o Rio Douro na velha lancha A Flor do Gás e atracar na Afurada.
Ou olhar as Aves no Rio.
Para quem não gosta de caminhar - ou não pode - há alternativa do autocarro desde o Centro da Cidade - Batalha ou Praça D. João I por exemplo com destino ao Mercado da Foz. Ou em sentido inverso. A carreira é a 207 e a paragem é Santa Catarina.
O eléctrico é mais uma atracção turística. Do Infante até ao Passeio Alegre.

Até ao próximo Roteiro.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

253 - Um roteiro diferente

Relativamente próximo onde terminamos o 2º roteiro (dos Clérigos ao Carmo) e a pensar em quem tem algum tempo livre, proponho agora um roteiro diferente onde os motivos a visitar se encontram bem próximo uns dos outros.
Na Rua D. Manuel II encontra-se um relativo pequeno Museu. Ver http://www.museusoaresdosreis.pt/
Entrada
É o Museu Nacional de Soares dos Reis, instalado num palacete mandado construir nos finais do séc. XVIII pelos Carrancas, família abastada do Porto para habitação e fábrica. Foi o primeiro museu público português e com uma história longa.
 Entrada para o Jardim nas Traseiras
 Pormenor do Jardim, com as Cameleiras ainda em flor.
 Junto à entrada, pequenos elementos decorativos.
As suas colecções são diversas mas de muito valor artístico: Cerâmica, Escultura, Gravura, Joalharia, Mobiliário, Ourivesaria, Pintura, Têxteis e Vidros.
Periodicamente podemos apreciar exposições temporárias.
 Um Campo de Trigo, de Silva Porto
As paredes dos salões cobertas por majestosas alegorias e paisagens a fresco, realizadas por pintores italianos.

Cerâmicas
Diversos escultores estão representados com obras de grande valor.  Destacam-se Teixeira Lopes e Soares dos Reis, sendo este o patrono do Museu desde 1911.
Sala Soares dos Reis
O Desterrado é a obra mestra de Soares dos Reis esculpida em Roma no ano de 1872 e em mármore de Carrara como prova final de pensionista.

Encontra-se exposto o Relicário de S. Pantaleão com uma linda história

A cerca de 200 metros na mesma rua, encontramos a entrada para os belíssimos Jardins do Palácio de Cristal. 
Entrada com destaque para a cúpula do Pavilhão dos Desportos, baptizado com o nome de Rosa Mota.
O Palácio de Cristal já não existe. Foi estupidamente mandado destruir pela autarquia em meados dos anos 40 e princípios de 50 do séc. passado.
Ficaram  os belíssimos jardins românticos, o bosque, a estatuária e muitas recordações.
Ocupam uma área de cerca de 8 há e foram projectados no séc. XIX pelo arquitecto paisagista Emile David no contexto do próprio Palácio de Cristal.
Ao fundo da Avenida das Tílias existiu um farol construído em 1542 e que foi uma das principais referências para os barcos que entravam na barra do Douro. Chamava-se ao local o Campo da Torre da Marca.
Próximo, encontra-se a Capela de Carlos Alberto de Sardenha que viveu exilado no Porto e morreu na Quinta que faz parte deste roteiro e que a seguir trataremos. A Capela foi mandada construir pela irmã do monarca, a princesa de Montleart e concluída em 1862, sendo visitada em 22 de Outubro do mesmo ano pelo príncipe Humberto de Saboia.
Jardins e Pedras que falam da história do Porto.

A estatuária está presente em vários pontos dos jardins e bosque
São vários os Miradoiros que nos permitem ver pormenores das Cidades do Porto e de Gaia e o Rio Douro a seus pés.



O Roseiral é um local belíssimo muito bem ajardinado, composto de vários pisos e a Casa.
Próximo à Casa um belo terraço ajardinado com vistas magníficas.

Mas é no Roseiral nos pisos superiores que podemos apreciar toda a grande beleza das várias espécies de Rosas, principalmente entre Maio e Junho.

Seguindo pelo bosque temos uma saída que nos leva ao Museu Romântico da Quinta da Macieirinha
É um palacete do séc. XIX que pertenceu à família Pinto Basto adquirido pela autarquia para instalar o Museu.
Pretende ser a reconstituição do interior de uma casa da burguesia abastada de oitocentos, período muito característico da Cidade do Porto.







Aqui viveu exilado Carlos Alberto Rei de Piemonte e da Sardenha, falecido em 28 de Julho de 1949.
A partir de aguarelas da época, foram reconstituídas a Capela, o Quarto de Dormir e a Sala.

Podemos percorrer um pequeno bosque  e apreciar as Fontes e a Estatuária.

Pormenor da Horta.
Temos caminho aberto para percorrer as ruas do Roteiro do Romântico, que salvo erro são cinco e se cruzam-se entre si.
Até breve.