Continuando a mostrar alguns estabelecimentos comerciais da Cidade do Porto e o que à sua arquitectura,decoração e antiguidade dizem respeito, batemos hoje à porta da Pastelaria A Serrana, localizada na Rua do Loureiro, quase em frente da saída lateral da Estação Central de Caminho de Ferro de S. Bento
Já tinha aflorado um pouco este estabelecimento quando "passamos" pela Rua do Loureiro numa postagem anterior. (Ver a nº 30)
O interior foi-me "apresentado" pelo meu amigo Álvaro das Gatas em 13 de Julho de 2007. Entramos para tomar uma loirinha e mandou-me olhar em volta, mas para o ar.Depois disso entro periodicamente não só para "fazer despesa" como para mostrar esta preciosidade aos amigos. E bater mais uma chapa.
Numa das ocasiões que por lá passei, creio que em Setembro de 2009, troquei umas impressões com um senhor, que não sei se faz parte da sociedade. Das coisas que falamos sobressaiu o restauro que custou uma "pipa de massa" conforme agora é moda dizemos por cá
Pormenores não sabia mas agora sei de alguns, desde que vi um capítulo dos Caminhos da História do Porto Canal, apresentado pelo Prof. Joel Cleto. Uma das minhas fontes sobre História da minha-nossa Cidade e não só.
Encontra-se num edifício provavelmente do séc. XVIII que sofreu remodelações no séc. XIX, com habitações nos andares e os baixos com lojas.
Presumo ser dessa altura que o actual interior é projectado pelo Arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira (1884-1957), sendo as esculturas da autoria do irmão José de Oliveira Ferreira (1883-1942)
A tela do tecto é da autoria de Acácio Lino (1878-1956).
Nos finais do séc. XIX e durante o início do séc. XX o Mosteiro de S. Bento de Avé-Maria é demolido e começam as obras para a construção da Estação de S. Bento no mesmo local. Devido ao estaleiro em que se transformou esta zona da Rua do Loureiro, o sr. Cunha da Ourivesaria muda para um edifício na Rua de 31 de Janeiro, que ainda existe com o nome de Ourivesaria Machado desde 1915.
Entretanto o espaço conhece novos donos e actividades como uma loja de fazendas e um restaurante até que é comprado pela actual sociedade em 1952 mantendo toda a decoração interior.
Olhando os pormenores, estão presentes o ferro na escada, nos postigos e no varandim, coisa inovadora, os estuques, as madeiras, as pinturas, tudo arte nova.
As fotos são de várias épocas.
Uma curiosidade a título de aviso; só podem ser utilizados os quartos de banho por quem faz despesa.
Não liguem à por vezes má cara que a senhora que atende ao balcão nos faz. Sempre a conheci assim. Mas depois isso passa-lhe.