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domingo, 6 de setembro de 2015

226 - Moeda ao ar

Tive na sexta-feira uma missão a cumprir. Aliás, foi um dia de missões a cumprir e  por isso levantei-me "muito de madrugada". Eram 7 horas. Mas esta missão era muito importante porque foi imposta à ordem de um certo Bando do Café Progresso.

Saí do transporte público na Capela das Almas e dirige-me à Batalha. Pelo caminho nada de interessante a registar. A multidão continua a encher a Rua e as Esplanadas. Os restantes Comércios quase às moscas. Reparei neste mural feito de reproduções de reproduções de pinturas serigráficas que muitas vezes estão na rua expostos. Deve ser recente pois a cola ainda os mantém unidos. Adiante.

Depois da missão cumprida, que foi exactamente no Parque das Camélias de onde partem serviços de transportes públicos com destino a Sul, principalmente para Gaia e arredores, sentei-me à sombra das Muralhas Fernandinas, nos Guindais.
Estava no Largo Actor Dias e comecei a olhar em volta.
A pequenina Estátua de Arnaldo Gama, no local onde esteve a do Porto que agora está na Praça da Liberdade, é fotografada com carinho. Reparem no estilo da pequenina fotógrafa. É assim que começa o vício.
Não estranhei pessoas  no elevador que sobe e desce até ao elevador dos Guindais. Só mais tarde li nas portas do dito elevador dos Guindais, na Ribeira, que estava encerrado. Sem mais informações. Lamentável é apenas o que tenho a dizer.

As ruínas daqueles arcos pertenceram a um palacete que serviu durante dezenas de anos à Escola Comercial de Oliveira Martins, onde fiz algumas cadeiras há muitos anos. A entrada era pela Rua do Sol e os terrenos estendiam-se até à Alameda das Fontainhas, mas foram utilizados para a construção do Viaduto que creio chamar-se Rua Duque de Loulé. 

 Já que estava à sombra das Muralhas, não custava nada registar um pormenor mesmo sentado.
A casa era a do antigo Elevador dos Guindais que um dia se desprendeu e foi por lá abaixo 
até à beira do Rio Douro.

Sem qualquer razão, nunca fotografei exclusivamente o Chafariz nem o incluí nos meus "trabalhos" sobre Fontes e Chafarizes do Porto. Também não descobri qualquer referência sobre ele, mas sei, pelo menos, que é anterior a 1910.
Cansado de descansar dei comigo a pensar o que fazer a seguir. Apetecia-me tanta coisa que resolvi atirar uma moeda ao ar e ela que resolvesse o destino: descer os Guindais ou ir até à Sé.

Os Guindais são um fascínio para olhar a Ponte D. Luís. Mas enfiando pelos seus cantos, temos miradoiros extraordinários sobre o Douro e Gaia. Existem dois clubes, o Cultural e o Guindalense, a meio e no fim respectivamente, que têm cervejinhas frescas a bom preço. Mas ainda era cedo, a viagem relativamente curta e a sorte da moeda acabou por determinar a  Sé, ali a uma centena de metros.
Aproveitando o trajecto, espreito a Igreja de Santa Clara que está em restauros e por isso fechada. Mas quem quiser dar um saltinho às Muralhas não perde nada.

O que chamamos de Sé é não só a Catedral mas o que a envolve.
O Miradouro no Largo ou Calçada de Vândoma é outro fascínio que não podemos recusar. Lembremo-nos que estamos no Alto de Penaventosa onde tudo começou desde logo o nome Portugal e alonguemos a imaginação e a vista, pensando no primitivo povoado Celta sem data verdadeiramente definida mas de alguns séculos A.C. ali aos nossos pés; na era Romana e as suas muralhas que os historiadores dizem terem sido edificadas por eles da qual resta um pequeno cubelo bem próximo à entrada de Vândoma e em que ninguém repara; um pouco mais além a Cidade Medieval antiga que se foi alargando até à Vitória e Miragaia, registos existentes em monumentos e nas muralhas do séc. XIV que sobraram. Dos Mouros que nos invadiram e foram donos da Cidade e da Região, parece que a história só nos relata o sangue das muitas batalhas travadas até os expulsarmos no séc. IX depois de 150 anos de usurpação. Mas ainda demorou mais 50 anos para definitivamente serem despachados.
Gostava de saber exprimir o que sinto para descrever aos amigos o que são os meus olhares sobre estes casarios, as torres das igrejas e conventos que se descobrem, os séculos de história que se tentam preservar.
Para Norte, mandado desbravar pelos Almadas, entre as torres da Cidade moderna vislumbro a torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição no ponto geograficamente mais alto da Cidade, o Marquês para os Portuenses e que foi a minha zona de vida durante 17 anos.

O registo de um Casamento na Sé. 

Outro miradoiro que nos deixa abismados está mesmo em frente, do lado esquerdo superior da foto, junto à Igreja de Nossa Senhora da Vitória. É uma pena aquela casa-torre e os fios que ela segura, tapar uma parte do bom visual para estes lados.

Descendo 50 metros encontramos outro miradoiro. Fica abaixo do Largo do Terreiro da Sé. À esquerda na foto, a Igreja de S. João Novo em Belmonte, com Miragaia aos pés para o outro lado. Para cá é S. Nicolau.
Apraz-me duas coisas. Ver muitas casas restauradas e saber que a Casa da Mariquinhas reabriu e com uma novidade, Fados à Tarde em alguns dias da semana. Vamos lá, amantes do Fado. É aqui em S. Sebastião de onde estou a olhar o que me rodeia.

 Baixamos os olhos para o Rio Douro e encontramos S. Nicolau e a sua Igreja, embocando para a Alfândega Nova a caminho de Miragaia.
Do outro lado do Rio, os restos do que foi um grande estaleiro, servindo hoje para restauros e arranjos dos Rabelos que ancoram no Cais de Gaia.
Chegados aqui, antes ou depois de visitarmos a Sé e a Igreja de S. Lourenço, ou dos Grilos como lhe chamamos, pôem-se a questão se pretendermos ir para a Ribeira.
Pela direita, dois itinerários. Vamos pelas Ruas das Aldas, de Santana, Penaventosa ? Ou pela Rua Escura, Bainharia, Souto, Pelames, Mercadores ? É certo que as podemos entre-cruzar em vários pontos. Umas estavam fora outras dentro das primitivas Muralhas, a dos Romanos.
A moeda ao ar escolhe a esquerda.
Retorno ao Terreiro da Sé, desço as escadas encostadas ao Palácio Episcopal, encontro a Rua de D. Hugo.

O muro do Seminário não deixa ver o Rio, mas a imagem sobre Gaia e as Caves de Vinho do Porto é magnífica.

 Finjamos não ver a arruinada Capela da Senhora das Verdades, descemos mais umas escadinhas e entramos na Rua do mesmo nome. Se seguirmos em frente vamos dar ao Codeçal. Dá para recolher uma imagem da Ponte D. Luíz, das Muralhas e do Convento de Santa Clara. Pormenores, claro.
O que resta do antigo aqueduto que levava a água das Fontaínhas até ao Convento de S. Lourenço (ou dos Grilos como dizemos)  o Arco das Verdades, está meio encoberto pelo entaipamento de uma casa em reconstrução.
Mas sem a moeda determinar, vamos voltar à direita e percorrer o Barredo

Entra-se pelas Escadas do Barredo, o bairro de gentes tão acarinhadas pelo Padre Américo. E que foi restaurado rua a rua, casa a casa, pela CRUARB que o ex- Presidente Rui Rio resolveu despachar.
A descida é íngreme pelas Escadas mas que nos há-de levar à Ribeira após atravessarmos ruelas que se entre-cruzam no interior do Bairro.

 Jovens turistas acompanharam-me um pouco na descida. A meio das Escadas apaixonaram-se pelo gatito que estava sossegado à sombra.

 Olhando para fachadas, algumas das quais com nichos que deveriam ter tido imagens de Santos.

Algum caminho descido e um olhar para trás dá-nos ideia do que é subir este morro.

Pensei que o altar do Senhor da Boa Fortuna na Rua do Barredo já lá tivesse uma imagem representativa. Um escrito do Prof. Germano Silva publicado há pouco levou-me a isso. Boato falso. Tudo como da primeira vez quando visitei o Barredo interior há mais de 8 anos.
As festividades em honra deste santo costumavam ser em finais de Agosto, principalmente na Vitória. Não sei se a tradição se cumpriu.

Este é o Largo do Padre Américo onde umas senhoras da melhor idade desenham e pintam.

Por entre o casario de cores quentes, vê-se Vila Nova de Gaia.

Pormenores entre ruas que se cruzam

A Casa Torre é um dos edifícios mais antigos da Cidade e sem dúvidas do Barredo. Remonta ao séc. XII ou XIII.

O Largo do Terreirinho e o Fontenário restaurado.
Diga-se de passagem, os puristas da língua exigem que se escreva Fontanário, porque vêm do latim Fontana, fonte + ário, sufixo que exprime função. Mas por dissimilação achamos que Fontenário está bem dito e a palavra foi registada nos dicionários. 

Ruínhas estreitas, com escadas entre desníveis do caminho onde o sol nunca bate. Mas onde pára a população, senhores ? Se não fossem as passagens de um ou outro habitante, um ou outro turista, as roupas a secar às janelas, diríamos que estamos no meio de paredes sem vida. E nota-se perfeitamente que há casas desabitadas.
Há anos perguntei a uma jovem que encontrei numa destas ruas, o porquê da desertificação. Resposta simples: o custo do aluguer das casas restauradas, os idosos sem posses foram viver com as famílias, outras que desajoladas para outros locais não quiseram regressar após os restauros. Campanhã e os seus bairros sociais receberam a maioria que por lá ficaram. Tanto quanto eu saiba, não houve e continua a não haver uma política de reintegração populacional nesta parte da zona histórica. E em algumas casas começa a notar-se a degradação.
Ali em baixo está a balburdia da Ribeira.
Reparem nas lajes gastas por gentes que aqui viveram anos difíceis, mas se calhar mais alegremente do que hoje.

Mesmo em frente da famosa casa das Iscas da D. Ermelinda, que por sinal estava fechada, era escusada esta visão.

Chegamos à  Ribeira, onde o homem-estátua-sapateiro provoca a admiração das crianças acabadas de chegar de um passeio de barco.
Por cada moeda ofertada, o bater na sola do sapato assusta a meninada.

As fachadas das velhas casas do Muro da Ribeira

O movimento da Ribeira

Encaminhando-me para o bar meu preferido, reparei na Sardinha da fachada desta casa. Quase poderei jurar que não estava lá há 15 dias. 
Pegada, a casa onde nasceu o Comandante Carvalho Araújo heróico marinheiro na 1ª Guerra Mundial.

Enquanto descansava e me dessedentava, estendia o olhar em volta. Os famosos Meninos Saltadores da Ponte.

Nunca havia visto este elegante barquito. Não deve pertencer a estas paragens, mas nunca se sabe.

De repente, vi passar lentamente um caíque que não me pareceu estranho. Será mestre Gastão, ex-companheiro e seguidor do Duque que fazia a ronda do rio ?
Há pouco teve direito a reportagem e entrevista num jornal que publiquei na minha página do Face. Um homem de grande exemplo para a humanidade.

O Codeçal termina ou começa, conforme as situações, junto à Ponte D. Luíz. E o painel publicitário do novo Porto não fica nada bem esticado no paredão que sustenta a parte ribeirinha do morro. Mesmo reconstruído em pedra moderna, tira-lhe a majestade e fere a visão.
Bem que podiam tratar melhor a página da Cidade na internet em vez de andarem a espalhar em sítios menos próprios painéis modernistas com a nova imagem que na minha opinião se parece com tudo menos com a Cidade do Porto.

A seguir não podemos deixar de olhar a Ribeira Negra. Este painel nunca fere susceptibilidades visuais.

Para montante do Douro, novos olhares, novas Pontes. E bem no alto do morro das Fontaínhas o Colégio dos Orfãos, local de lutas acesas com as tropas napoleónicas durante as Invasões Francesas e também durante o Cerco do Porto.
Mas como diz o Prof. Joel Cleto, isso são já outras histórias.
Meus amigos e amigas, queridos e queridas visitantes. Este passeio não custa nada se for feito no sentido "sempre a descer". É o lema que uso e utilizo também como arma.
Mas é só mais um passeio turístico como tantos que temos na Cidade. Se conseguir meter um pouquinho na alma o Ser Tripeiro e Portuense o "aroma" é diferente.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

147 - Olhando para trás

Quando a preguiça aperta, dou-me uma qualquer desculpa e então ponho-me a olhar para trás a espreitar o que fiz para um dia recordar.

Dou voltas à net para encontrar histórias e escritos de Portuenses menos preguiçosos do que eu e me deixam ler o que escrevem e assim roubar os seus escritos para colocar nas fotos que faço dos meus passeios.

Sim, fotográfo (é uma maneira de dizer, clicar no botão da máquina é mais correto) "ao calhas", porque um dia logo se verá para que serve a imagem gravada.

Bom, a nossa Sala de visitas, a Praça da Liberdade-Avenida dos Aliados, parece que esteve muito bonita na época do Natal. Francamente, com tanto que fazer nessa época (leia-se tomar uns copos com os amigos) não passei por lá. Nem o fogo de artifício pela TV - Porto Canal - vi na passagem do ano. Já não tenho idade para essas coisas.
Mas sempre que olho para ela, comparando de como a conheci em qualquer época do ano, durante dezenas de anos, todos os dias, fico triste. Deram muitas voltas a este espaço, principalmente por causa do trânsito automóvel, mas o seu centro sempre esteve engalanado para receber não só os Portuenses como a quem nos visitava.
Até teve um enorme espaço subterrâneo destinado a quem precisasse de descarregar as suas necessidades fisiológicas, fosse homem ou mulher. E se bem me lembro, também existiu um espaço destinado aos empregados da Carris-STCP, como zona de apoio e descanso.
Portanto, não vale a pena bater mais nos ceguinhos RUI RIO - SIZA VIEIRA e ao Metro da Região, porque tudo teve de ser "arrumado". Infelizmente, muito mal arrumado. Penso eu de que...

Olhando as minhas pequenas coisas e vendo-as com as dos amigos, juntei estas duas fotos publicada em http://foiassimk.blogspot.pt/

Este meu amigo teve uma vivência quási diária da recuperação da Zona Histórica.

Fundou-se na Cidade acho que em fins da década de 70 ou princípios da de 80 do século passado, uma coisa chamada CRUARB. Destinou-se o organismo à recuperação da Zona Ribeira-Barredo e se não estou em erro estendeu-se a outras Zonas Ribeirinhas da Cidade. Essa coisa ajudou a levar a Zona Histórica (e não só) a Património Mundial da Humanidade.

A recuperação foi feita casa a casa, rua a rua, de toda (ou quási) Cidade medieval, chamemos-lhe assim.

Lògicamente, a Câmara Municipal era a interessada (afinal, a Câmara somos todos nós, os Portuenses) e tentou integrar os antigos habitantes nas suas casas a rendas compatíveis. Até à chegada do Senhor Rui Rio, o novo senhor feudal da Cidade, que achou terem-se gasto muitos milhões de escudos sem proveito e logo desactivou esta entidade em 2003 para criar uma outra em 2004 com o nome de PORTO VIVO-SRU ou IHRU que mais parece uma sociedade secreta porque até hoje não é reconhecida como verdadeira parte interessada, realmente, dos interesses dos munícipes mas sim de entidades particulares. E segundo parece, nem sequer estatuto jurídico tem. Mas eu não entendo nada dessas coisas, porque sou um simples Portuense de gema.
Quem tiver paciência para essas coisas pode interessar-se por descobrir http://www.portovivosru.pt/

Fotos em tempo de inverno
Felizmente a Cidade continua a ter e mais do que nunca a visita de milhares de turistas. Quantos de nós, blogueres anónimos, temos contribuído mais do que os responsáveis da Cidade, para isso ?

Rua do Bonjardim, junto da antiga Cervejaria Stadiun.
Porquê deixar degradarem-se estes edifícios, que estão neste estado
há anos.

ex-Solar do Conde de Bolhão
Há anos que o edifício entrou em recuperação para albergar a Academia Contemporânea do Espectáculo e o Teatro do Bolhão. Uma fase foi concluída segundo me apercebi. E o resto ? Será que há más vontades ? da Escola, da Câmara, da Freguesia ? Coisas à moda do Porto.
Famosa é a estátua de Mercúrio colocada lá no alto a quem colocaram uma pulseira, ou será uma relógio (?) a contar o tempo tipo Projectos Polis ?

Que fazem os edílicos nos seus gabinetes para recuperar a Cidade das muitas doenças que ela tem ? e da sua promoção ? que propõem de investimento para a Cidade tão carenciada? e porque não tentam trazer para a Cidade os seus habitantes naturais e outros que eventualmente estivessem interessados nela habitar ou investir ?
Basta olhar os orçamentos da Cidade dos últimos anos e para o do corrente ano.
Diz o sr Presidente Rui Rio que a Cidade tem agora uma noite como nunca se viu. Mas será que ele vem à Cidade à noite ? É à Cidade dos bêbados e arruaceiros da zona dos Clérigos a que se quer referir ? Pobre Cidade que perdeu mais de 10% dos seus habitantes no espaço de tempo em que é Presidente da Autarquia.
E os que vêm de fora para se divertir só encontram os Clérigos, Carmelitas, Galeria de Paris ?
Claro que temos outras pequenas manchas de diversão, mas feitas à custa dos  particulares, que não com a ajuda da autarquia para divulgação do Porto à Noite.

Mas adiante, que o tempo é de paz e ele (o Sr. Presidente dos Automóveis) já vai embora este ano. E oxalá venha alguém que nos mereça e não seja de outra banda.
Foto do "Monumental" em princípios de Dezembro
Mas não se pode esquecer a degradação deste "Monumento" que é o edifício de António Lopes de Almeida Cunha, projectado pelo arquitecto M.Soa.
Para o Tripeiro, além da ruína, os nomes não nos dizem nada. Também não encontrei qualquer referencia para melhor elucidação. Para o caso não interessa nada, mas diz-nos muito se nos lembrarmos da Pensão Monumental. Da Avenida dos Aliados 

Este é um rótulo igual aos que se colavam nas malas dos clientes e uma referência para quem era muito viajado. Foi arrematado num leilão há dias por 1 euro (200 escudos e 482 cêntímos se bem me lembro da conversão Esc-€).

Um anúncio publicitado numa Revista, esqueci de anotar qual, mas creio que o recolhi num destes espaços: http://restosdecoleccao.blogspot.pt/. ou
Houve também um famoso Café no local e com o mesmo nome, cuja esplanada se estendia pelo passeio da Avenida dos Aliados. Podemos ver uma foto horrível e ler a notícia no (CafésDoPorto.pdf.texto.pdf) de Maria Teresa de Castro Costa.

Mas como era bonito este texto de 2005:

"Hotel ficcionado" ressuscita Pensão Monumental

CasaPorto e SRU juntam-se na requalificação da antiga pensão dos Aliados. Espaço inaugura hoje com uma mostra de "design" de interiores.

O conceito e o espírito apresentados pela CasaPorto agradaram aos responsáveis pela SRU – Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana. "Tínhamos como objectivo instalar a exposição CasaPorto 2005 na Foz ou na Boavista já que o 'target' é a classe alta", explica ao JPN João Silva, da CasaPorto e responsável pela requalificação da Pensão Monumental situada em plena Avenida dos Aliados.
Não inventei nada, está em
Cá está a dita SRU-Porto Vivo. Nada a declarar, a não ser que o edifício continua cada dia mais em ruína.
Navega há uns tempos largos na net uma foto das Pontes Luís I e Pênsil. Atribuída a George Tait. Será um familiar dos Tait dos Vinhos do Porto e últimos donos da Casa Tait-Quinta do Meio, na Rua de Entre Quintas, junto aos Jardins do Palácio e à Quinta da Macieirinha-Museu Romântico ?
Francamente, custa-me a acreditar que seja verdadeira esta foto. Já tentei pedir ajuda a quem talvez saiba destas coisas. Mas fico-me pelo que leio. O Tabuleiro inferior da Ponte D. Luís, (chamemos-lhe assim) foi inaugurado em 31 de Outubro de 1888 e a Ponte Pênsil foi desmontada em 1887. É certo que o Tabuleiro superior foi inaugurado em 31 de Outubro de 1886, mas só posteriormente o tabuleiro inferior veio a ser construído.
Não será importante, mas gosto de saber ao certo estas coisas e de não enfiar barretes.
Dos Tait desta casa não encontro cronologia e a única informação disponível é que foi comprada por William Tait em 1900. Do George, apenas aparece por aí como jogador de futebol irlandês, salvo erro, desse tempo, mais ou menos.
É certo que a Quinta e Casa foram vendidas por Muriel Tait - não sei quem é ou foi, a Senhora, já que a Wikipédia dá-nos conta de imensas Muriel Tait, tudo em língua de camone, - à Câmara do Porto para aí instalar o museu de numismática, o qual já há muito tempo que deixou de existir aqui. Os jardins são públicos. A última vez que visitei o interior, o aspecto da Casa e Jardins, francamente, tudo me pareceu abandonado, em ruínas.
O que resta da Ponte Pênsil. Os Pegões do lado da Cidade do Porto. Não sei porque razão os do lado de Gaia foram destruídas. Os Gaienses saberão ?
Adiante.

Escrevia-me há tempos um amigo, referente à minha postagem sobre a abertura da Avenida da Ponte, que lhe parecia estranho estar um edifício em ruínas desde esse tempo. Pois é caro amigo. Como pode ver nas fotos acima, especialmente feitas há cerca de dois meses para o amigo confirmar a ruína.

Café Brasil
Poucos de nós, Portuenses e aqueles que desembarcam - ou desembarcaram - em S. Bento vindos de outros paragens, ligam alguma importância a este simples Café.
Para ser franco, também desconhecia a sua história e não entrava nele há muitos anos. E só aconteceu porque os urinóis debaixo das Escadas que ligam 31 de Janeiro à Rua da Madeira estavam fechados e eu precisava de desaguar águas.
Pois este Café tem imensa história. Inaugurado em 1859 era frequentado por uma elite de políticos, escritores e intelectuais da Cidade, como Guilherme Braga, Paulo Falcão, Sampaio Bruno, Arnaldo Leite, Ramalho Ortigão. Que tinham as suas mesas de dominó privativas e denominadas a dos Cardeais e a dos Indígenas.
Imagem e textos no pdf antes referido dos CafésdoPorto.

Num "trabalho" anterior - que não neste espaço mas em formato PPS - referi o Elevador do Barredo. Embora não esteja incorrecto totalmente, também o podemos chamar Ascensor da Ribeira. Mas a verdade é que o seu nome de baptismo é Elevador da Lada, conforme está escrito em azulejos à entrada da casinha.
Mas o nosso hábito portuense de darmos o nome que melhor se ajusta ao local ou às coisas, vai passando e é a melhor referencia para localizarmos algo.
Um exemplo, nunca dizemos vou apanhar o autocarro à Praça Almeida Garrett mas sim vou apanhar o autocarro a S. Bento.
 
Infelizmente a serventia deste Elevador é pequena, a não ser para os pequenitos e familiares que frequentam o Centro Social do Barredo. São cerca de 130 escadas mas poupam as suas ainda frágeis perninhas.
Não sei a data certa da sua inauguração mas deve ter sido nos princípios dos anos 80 do século passado.
Infelizmente, há uma porta sempre fechada que não nos permite subir ou descer por este lado para/ou do alto do Barredo. Dizem que é uma precaução para que alguma criança do Centro não possa sumir-se.
Claro que esta obra foi da responsabilidade da tal coisa chamada CRUARB, bem como a requalificação do largo onde se insere e das ruas adjacentes. Coisas sem importância a partir de 2003. Esteve o Elevador inoperacional entre 2008 e 2010, sabe-se lá porquê. Na altura disseram-me que a Câmara o fechou porque energúmenos o vandizavam.
A subida, embora pequena, vale a pena, pois podemos olhar os telhados da Ribeira, o Rio e Gaia de maneira diferente e as Pontes a montante do Douro. E é grátis, pelo menos até ver.

No morro da Lada, vêm-se umas hortas que dão uma aspecto diferente ao local.

Entrando pelos Arcos da Ribeira, junto às "Alminhas da Ponte", encontramos o tal largo ou terreiro reabilitado. Presumo que lhe chamam Largo da Ribeira. Ao fundo a casinha da entrada para o Ascensor.

Atravessando a Ponte Luíz I, neste caso pelo tabuleiro inferior, encontram-se uma série de aloquetes (nome nortenho a estes objectos que ajudam a fechar e à segurança de algo e que no sul de Portugal lhes chamam cadeados), que normalmente representam como uma jura de amor. A novidade não será grande, mas francamente, sinto-me comovido ao ver estes pequenos objectos com dedicatórias.
É como aquele beijo para nunca mais esquecer...

Infelizmente, quando se quer fazer um boneco artístico à la minute, nem tudo pode sair bem. Estes aloquetes tinham um simbolismo especial escrito. Não deu para fazer o boneco artístico com nitidez, mas paciência.

Nos muros da Igreja do extinto Convento de S. Francisco, no início da Rua da Alfândega Nova, ou Nova da Alfândega, ao certo não sei como se chama, existe um antigo Oratório - anteriormente estava na Rua de S. Francisco - que pertencia ao Convento dos Grilos. Eram cinco os Oratórios e estavam nas Ruas por onde passava a Procissão do Senhor dos Passos, na Quaresma, organizada pelos frades do Convento (Grilos é nome Portuense centenário, correctamente é de S. Lourenço). Hoje existem apenas dois. Este e o que está em S. Sebastião. Presume-se que algumas imagens terão vindo de outros oratórios, os extintos. É edifício de Interesse público (http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1098), mas a realidade é que o interior está péssimo de conservação. O de S. Sebastião não. As imagens são muito expressivas e vale a pena olhá-las. E devem ter uns anos largos de vida.

Uma imagem quási de fim de ano
Desde a circunvalação em S. Roque até às Antas.
A partir de Rio Tinto.
Foi uma noite gelada em que o Porto esteve próximo do negativismo...