Pesquisar

segunda-feira, 3 de maio de 2010

9 - Praça da Batalha - Cidade do Porto

A Praça da Batalha foi desde a minha infância, um local mítico. Talvez porque tenha passado ali um pouco da minha vida infantil, em Entreparedes; mas também porque o meu pai me deu a conhecer a cultura que ela encerrava.

O Parque das Camélias, das sessões cinematográficas das quintas, sábados e domingos. E dos jogos de andebol de sete quando a modalidade se iniciou em Portugal, sendo o primeiro campeão nacional o meu velhinho Salgueiros. E claro, era o território do S. C. Vasco da Gama, de valiosos atletas de basquet (O Arlindo que ainda hoje vejo por ali com os seus quási 80 anos), do Alves Teixeira, há muito falecido (jornalista de muitos jornais e director do extinto Norte Desportivo). E que nos anos 50 aquando da primeira visita dos Globtroters a Portugal e ao Porto, colaborou na exibição dos Mágicos, pois era na altura a melhor equipe de Portugal.

E os cinemas que rodeavam a Praça: O S. João (hoje Teatro Nacional), o Batalha (ex-Novo Salão High-Life) e o Águia Douro, já desaparecido.

Muitos cafés dessa época ainda existem, menos o Águia Douro. Deste partiu o famoso Cimbalino, nome que ainda hoje a cidade com orgulho preserva, pois foi este café que serviu primeiramente em Portugal o hoje normalíssimo café expresso.

A Praça deve o seu nome, segundo a lenda, a uma batalha entre Mouros e habitantes do Porto, que perderam, sendo por isso a Cidade arrasada.

Sofreu grandes transformações e no séc. XVIII foi rebaixada e demolida a Muralha Fernandina, onde se encontrava uma das Portas de acesso ao interior da Cidade

A Praça nos princípios de 1900

À direita o edifício do Teatro Nacional de S. João, construído entre 1911 e 1920, no local onde existiu o primitivo de 1794, destruído num incêndio em 1908. Ao fundo o edifício da Messe dos Oficiais. Que foi Hotel. Ao meio, hoje Rua Augusto Rosa, passava a Muralha Fernandina.
Como grande referência da Praça, a estátua de D. Pedro V, da autoria de Teixeira Lopes, pai, inaugurada em 1866. Na imagem, ao fundo, o Palacete do séc. XVII mandado construir por José António da Silva Fonseca. Que não faço ideia quem foi. Com a fuga dos proprietários, de convicções pro-Miguelistas, o governo Liberal instalou vários serviços públicos e um Hospital. Em 1842 foi restituído aos donos. Serviu como central dos CTT e consta-se que acaba de ser vendido a uma empresa hoteleira.
Ao fundo a Igreja de Santo Ildefonso, reconstruída entre 1730 e 1739. No mesmo local onde existiam as ruínas da anterior igreja. A frontaria é revestida a azulejos de Jorge Colaço (1932).
À direita as obras de reconstrução do Cinema e Café Águia Douro, parece que para mais um hotel.

À direita o Cinema Batalha. Edifício inaugurado em Junho de 1947. Substituiu o anterior que albergou o ex- Salão (Novo) High-Life, um dos primeiros cinemas de Portugal.

Depois de fechado vários anos, reabriu atravez de um esquema Câmara do Porto/Associação dos Comerciantes do Porto, para gerir 5 milhões de euros, contribuição de Américo Amorim para que fosse permitida a abertura de um Centro Comercial nas ... Antas
Só um aparte. A Associação Comercial está falida, a sua presidente não se livra de acusações de corrupção e favores, etc e tal. Rui Rio, continua ileso. Nada se passa com ele nem com a Câmara. Para isso há o Porto Vivo, rsrsr.

Adiante e continuemos o passeio.

Mas a Praça tem vários Hotéis, o Orfeão do Porto, Bancos, Restaurantes, Pequenos bares, várias especialidades de Comércios.

É também, pelo S. João, um dos caminhos de passagem para se chegar às Fontaínhas.
O eléctrico 22 e o Turístico, tem passagem obrigatória. E o início de Cimo de Vila, Cativo, 31 de Janeiro, Santa Catarina, Alexandre Herculano, Entreparedes, Santo Ildefonso. Tudo isto são nomes de ruas com estória, que fazem parte da História do Porto e de Portugal.
Mas não há bela sem senão. Cá está mais um mamarracho da cidade. Por artes mágicas, a Câmara do Porto, de Rui Rio, conseguiu um patrocínio para fazer este lago (?), fonte (?), chafariz (?). O patrocínio acabou e para ali está uma coisa redonda, com escadinhas, tendo lá dentro o habitual: o depósito de vários lixos.
Ao fundo, a Igreja de Santo Ildefonso e reparem bem na sua estrutura. Não há truques, nem distorção da câmara fotográfica, nem photoshop.