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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

177 - Casa Museu de Guerra Junqueiro

A Casa Museu de Guerra Junqueiro está localizada no antiquíssimo núcleo urbano da Cidade do Porto, onde foram descobertos vestígios de ocupação que remontam até à Idade do Ferro. 
Como já anteriormente referi em pormenor este local, aos amigos interessados deixo o link para visualização da página: http://portojofotos.blogspot.pt/2010/07/26-um-porto-escondido-iv.html#links

O edifício está localizado na Rua de D. Hugo, que já se chamou Rua de Trás da Sé e Rua dos Cónegos. Envolve todo o núcleo episcopal e acolheu em tempos as residências das mais importantes individualidades da diocese.

Um desses edifícios, alberga actualmente a Casa Museu. Na foto, do lado esquerdo. No lado direito o edifício que acolhe a Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto Mesquita de Carvalho cuja visita será para outro dia. Ambos os edifícios guardam as colecções ou uma grande parte delas que o Poeta Guerra Junqueiro foi adquirindo ao longo da vida.
Antiga casa nobre mandada construir pelo cónego da Sé do Porto doutor Domingos Barbosa entre 1730 e 1746. A concepção do edifício foi atribuída a Nicolau Nasoni, mas parece que se desconhece o autor verdadeiro.
Encosta-se ao claustro gótico da Sé do Porto, construído em 1385. Faz fronteira com a cabeceira da Catedral, ampliada na primeira década do séc. XVII.
No jardim, uma escultura em bronze de 1970 memorizando o Poeta, da autoria de Mestre Leopoldo de Almeida. (Lisboa, 18.Outubro.1898-28.Abril.1975)

Em 1911 funcionava a Escola Primária Masculina nº. 63 com cinco salas de aula, uma biblioteca pública, uma cantina, gabinete e residência do Director e Família. A casa mantinha-se na posse dos herdeiros do fundador e em 1934 Maria Isabel Guerra Junqueiro (1880-1974), filha do Poeta e viúva de Luís Pinto de Mesquita Carvalho (1868-1931) comprou-a aos sobrinhos do marido para aqui reunir as colecções do Pai. Em 1940 doou-a à Câmara Municipal por escritura lavrada a 25 de Março.
Em 19 de Junho de 1942 é inaugurada a Casa-Museu, sofrendo obras de restauro entre 1975 e 1981.

 Em 1977 o edifício é classificado como Imóvel de Interesse Público  Em 1988 foi declarado em estado de ruína. De 1992 a 97 esteve encerrado ao público. sofrendo obras de restauro, remodelação e ampliação com projecto de Alcino Soutinho, (Gaia, 1930, falecido em 24 de Novembro de 2013). 
Abílio Manuel Guerra Junqueiro coleccionou um importante espólio artístico e arqueológico que sua filha doou à Câmara do Porto. A colecção de escultura antiga e parte da colecção da arte do metal constituem um depósito do Museu Nacional de Arte Antiga, de Lisboa. Tinham sido legadas por testamento em 1921 de Guerra Junqueiro.
Não se possuem registos das aquisições. Portanto, não se sabe onde, quando e a quem as comprou e por quanto.     

Notável a Colecção de Mobiliário composta de móveis nacionais e estrangeiros, sobretudo dos séculos XVII e XVIII.
De entre os móveis portugueses, destacam-se cadeiras e bancos de sola e pregaria de latão, cómodas, canapés, contador, estilos D. João V e D. José.Mesas pé de galo, armários em talha, bufetes.

O núcleo de móveis de origem europeia de grande qualidade é composta por armários e mesas de cancela holandeses, contadores hispano-árabes, mesas Filipinas, cadeiras espanholas, arcas italianas, contadores franceses.

 Tapeçarias que ilustram um tema bíblico do Antigo Testamento "A História de Eliseu", fabricadas em Bruxelas no séc. XVI.
A Colecção de Têxteis compõem-se de colchas e tapeçarias dos séculos XVI, XVII e XVIII. XVI.
Pormenores de algumas peças
Colchas indo-portuguesas em seda, em seda e linho do séc. XVII, produção da Índia; Tapete de Arraiolos em linho e lã do séc. XVII.

Colecção de Faiança Portuguesa do séc. XVII a meados do séc. XVIII. Composta por exemplares de excelente qualidade, peças raras e muito significativas que ilustram as tipologias das várias famílias decorativas utilizadas na época.
Realce para um conjunto de mangas de botica, do primeiro quartel do séc. XVII.

A Colecção de Cerâmica Hispano-Árabe é um conjunto de quarenta e cinco peças de origens, formas e ornamentações muito diversas. A sua cronologia varia entre os séculos XV e XVIII.

A colecção de Cerâmica Oriental, de porcelana e grés, são do tipo fabricado no Extremo Oriente de exportação para a Europa, desde meados do séc. XVI até ao séc. XIX.
Escultura e Arte Sacra
Apresenta importantes peças portuguesas do século XIV ao XVII e também alabastros na sua maioria da escola inglesa dos séc. XV e XVI.

Imagens de Malines (Flandres) dos mesmos séculos; fragmentos de retábulo e painéis em relevo dos Países-Baixos do Sul, séculos XVI e XVII.
 

Cristos e Virgens em marfim indo-português dos séculos XVI e XVII; Virgem na cadeira, escultura policromada, produção da Península Ibérica do séc. XIV; Edícula em calcário do Altar da Sé de Braga de 1510.
Um grupo importante de figuras de santos, profetas, dos séculos XVI e XVII, de origem portuguesa e estrangeiras.
A Colecção de Metal, pode ser apreciada em algumas das salas da casa, mas especialmente na Sala Catedral e é composta por um importante núcleo de 53 pratos e bacias de folha de latão batida e gravada a punção, dos séculos XV e XVI. São conhecidos como Pratos de Nuremberg.


Colecção de Ourivesaria
A Sala do Ourives. A Cidade do Porto tem uma forte tradição desta arte.

Banca do Ourives, molde e alguns punções e martelos.
A colecção consta de 89 peças de prata de ourivesaria civil e 2 de ourivesaria religiosa, abrangendo o período entre os séculos XV e XIX. 
Destaque para uma salva "prato de água às mãos" parcialmente dourada, datada do séc. XV, do Porto. Decorada com alcachofras, folhas de cardo e fitas ondulantes, fortemente repuxadas.
Outras peças



Com excepção de três peças de origem inglesa, as restantes são de fabrico português.

O Poeta Guerra Junqueiro

Algumas fotos podem coincidir com os textos que são mais informativos do acervo da Casa-Museu do que de legendas.
Visualisar a página http://balcaovirtual.cm-porto.pt/PT/cultura/museus/casamuseuguerrajunqueiro/


O acolhimento é muito simpático, tive direito a visitas guiadas e a fotografar - sem flash, claro - . Um agradecimento especial à Senhora Doutora Eva Maria Oliveira Gomes, que nunca mais se esqueceu de mim pois envia-me com regularidade toda a actividade da Casa.

Como escrevi no início, as colecções da Casa-Museu são completadas por outras que podem e devem ser vistas na Fundação, no edifício em frente.

Todas as fotos foram reintroduzidas em 24.10.2016, pois pura e simplesmente desapareceram do blogue pouco depois de ser publicado.


sábado, 29 de outubro de 2011

103 - O Bom, o Mau e o Vilão

Filme que ainda hoje acho de culto, não só pelos extraordinários actores e realização, mas também pelo tema musical, - mas é só a minha opinião - adaptado perfeitamente para o meu tema de hoje. Quer dizer, só o título. E vão já ver (ler) porquê.
Tudo começa com um convite para ter a liberdade de fotografar o Museu Guerra Junqueiro. Que mete pelo meio um casal brasileiro de amigos que vêm visitar o Porto. História de Arte e Museologia. E a Dra. Eva Rocha (o nome é dificíl não lembrar) com uma grande simpatia e disponibilidade.
É "Por Detrás da Sé", um dos nomes desta Rua que agora é de D. Hugo. Telefonema a marcar a possibilidade da visita, logo aceite. Mas que calhou mesmo no dia do temporal, quarta-feira passada. Mas não desisti.
A foto não mostra o temporal, mas só eu sei os trabalhos que passei para a fazer. Mas gosto de recordações. Porque queria também mostrar os dois edifícios, naquela rua que fez parte do Crasto da Idade do Ferro:  A Fundação e o Museu.
O tema Guerra Junqueiro ( Freixo de Espada à Cinta, 17.Setembro.1850 - Lisboa, 7 de Julho de 1923) é vastíssimo. Por isso fica para outras "obras".
Logo me foi recomendado que deveria complementar a futura "obra" com uma visita à Fundação a que a Senhora sua filha e genro deram nome.
O que fiz hoje, dia magnífico com um calorzinho de 18 graus. Também aqui a disponibilidade foi grande, não só para me guiarem numa visita completa e de quem conhece a fundo a obra da filha de Junqueiro, a Fundação, como todos os aspectos da vida do poeta, escritor, jornalista, político e coleccionador. Como me permitiram fotografar o que entendesse. Sou mau para fixar nomes. Mas a amabilidade da Senhora Directora - francamente não sei se deverei chamá-la assim - e da Senhora que posteriormente me acompanhou, usando o vocabulário actual, não há palavras para descrever.
Por hoje vão os pormenores à entrada de ambos os edifícios, hoje pertença da Câmara Municipal do Porto. Por doação da filha de Guerra Junqueiro, o do Museu. (O da Fundação, não sei bem se já era da Câmara). Como também de todo o acervo que podemos admirar. 
Agora vem a disponibilidade dos camaradas bandalhos.
Acontece... (que saudades deste programa da RTP2 e do Carlos Pinto Coelho), da parte do Bando recebi uma chamada na terça-feira, estava eu sossegadinho às voltas com o Castelo de Gaia. Vai p'ra lá vem pr'a cá e ficou marcado almoço para quarta, com encontro no Bolhão. Até aí, tudo bem. Frango Galeto de primeira e Tripas à Moda do Porto, óptimas, no Pedro dos Frangos. Muita conversa após repasto, até que são horas de "nos metermos ao temporal".
Na rua não se podia andar, então fomos parar ao novo estabelecimento de café, chás e afins, descoberto pelo Quintas e pelo Peixoto. E aí vem a desilusão.
Para fazermos a foto da praxe, a gentil empregada disponibilizou-se totalmente. Mas vem de lá "uma cara de pau", por sinal feia (aí somos conforme Deus nos deu, nada a fazer ) e com cabelo de quem se tinha posto naquele momento a pé da cama, rezingar com a mocinha.
Todo o mundo percebeu que era proibido fotografar. Além da falta de chá, embora estivessemos numa casa onde ele é rei, a senhora foi infeliz da maneira como se dirigiu à empregada. Esta gente moderna... Só para chatear fiz a foto acima, porque nem tudo é mau naquela casa.
Contradições do Fraichaising e da Tradição Portuense. Já na casa dos Cafés Delta, ao Bolhão, fui proibido de fotografar. Escrevi aos Cafés mostrando a minha tristeza. Sem resposta ao fim de mais de três semanas.
Agora devem, caros amigos, terem compreendido a minha história associada ao filme. O Bom - Museus, Fundações, Casas de Tradição (vamos excluir a Lello até saber da história direitinho). O Mau, os que nos proíbem de fotografar umas coisitas sem importância. E o Vilão, eu , e já agora os meus amigos que andam comigo nestas "cenas" e só se riem...