Rua de 31 de Janeiro. Entramos na Machado Joalheiros, cuja origem comercial começa na Rua do Loureiro onde hoje se encontra a Pastelaria Serrana. Ver a postagem número 200: http://portojofotos.blogspot.pt/2014/12/200-pastelaria-serrana.html
Em 1914 num belo edifício Arte Nova projectado pelo arquitecto Francisco Oliveira Ferreira é inaugurada a Ourivesaria Cunha & Sobrinho.
Não tendo nada a ver com a história e decoração das lojas que tento apresentar, presumo que os novos edifícios foram construídos ou sobre ruínas ou após demolições dos anteriores que já existiriam desde a abertura total da rua em 1805.
Ao projecto inicial da fachada é acrescentado o conjunto escultórico Os Meus Amores, da autoria do irmão José.
A mesma dupla que esteve na origem da Cunha na Rua do Loureiro.
Em 1957 passa da dinastia Cunha para a Machado. Pormenores que não interessam para o caso, pois o que importa e aos amigos visitantes é a beleza do estabelecimento.

Devo dizer que me ofereceram uma visita num dia a combinar. De preferência de manhã ao abrir da loja. E que poderia ser logo na segunda-feira seguinte. Mas a minha vida é tão ocupada desde pela manhã que fiquei de regressar após descobrir uma vaga na agenda matinal. E depois das festas.
Ao fundo estão os móveis que vieram da antiga Ourivesaria Cunha, da Rua do Loureiro.
É de ficar perdido a olhar a loja. E pedir que acreditem em nós e não chamem a polícia só porque ficamos sem vontade de sair.
Nas proximidades encontramos a Casa Vicent.
Na trapalhada que lemos na net e na página da Direcção Geral do Património Cultural, presumimos que o edifício Arte Nova, cujo arquitecto se desconhece, tem a fachada em ferro fundido ouro talvez fabricado na Companhia Aliança para a Casa Vicent.Ora, é fácil presumir que o primeiro utilizador do espaço foi a Ourivesaria Miranda e não as Modas Vicent.
Como passou do primeiro para o segundo não sei. Mas podemos ler na página da DGPC que foi construída no período 1914-1915. Não entendo se foi o edifício ou só a fachada.
Havia uma Luvaria Vicent dos finais do século XIX ou princípios do XX ao início da Rua, do lado esquerdo. Cujo dono era um francês. Lembro-me nos anos 60 do século passado ainda existir a Casa Vicent, julgo que mais ou menos no mesmo local. Era onde o guarda livros da empresa onde trabalhava mandava confeccionar as suas camisas de seda sempre em cor creme. E quantas vezes lá fui buscar encomendas para o senhor Gualdino Leite. Não sei se tem a ver alguma coisa uma com a outra.
Lê-se ainda que o interior do estabelecimento mantém todo o mobiliário original incluindo os candeeiros, os tectos estucados e pintados e os pavimentos soalhados a madeira.
Umas pequenas notas: Estupidamente, quando gentilmente me foi permitido fotografar o interior, não o fiz a não ser a foto acima. O meu interesse nessa altura era outro (ver postagem
http://portojofotos.blogspot.pt/2011/04/72-rua-de-31-de-janeiro-ex-de-santo.html
Adiante e mudemos de Rua
Na Rua Formosa mesmo em frente à saída do lado sul do Mercado do Bolhão, encontramos a Confeitaria do Bolhão.
Aberta ao público em 1896 .Entre 1985 e 1995 esteve encerrada.
Foi adquirida pela actual gerência que a remodelou mantendo as cores, traça e estruturas originais
A talhe de foice, digo que se come bem no Restaurante. Ou pelo menos comia-se. Já há uns anos que não almoço aqui. As tripas e o lombo assado eram muito bem confeccionados. E o bacalhau à Braga também. E os preços estavam muito em conta.
O salão é poiso mais ou menos regular de um grupinho muito Abandalhado.
Se olharmos bem, à altura dos tectos para baixo vemos estruturas em ferro forjado de desenhos magníficos. Digo eu. Estão nas portas de ligação aos lavabos e à entrada.
Regressemos à Rua do Loureiro, junto a S. Bento e olhemos descontraídos para uma vizinha da Serrana: A Casa Arcozelo.
O edifício deve ter alguma ligação antiga com o da Serrana, pois a característica das janelas revestidas de gradeamentos em ferro são-lhes comum.Esta casa tanto quanto consegui ler de fugida foi inaugurada em 1921. Com autorização para fotografar, notam-se por cima dos móveis os roda-tectos e os remates das colunas ao que me dizem restaurados do original.
Tive um vizinho, já falecido, que veio para o Porto trabalhar nesta casa ainda menino. Nunca conheceu outra. Existiu um blogue que tentei reencontrar mas não consegui, onde se lia a história de outro menino que veio da Beira para aqui trabalhar. E como era delicioso ler as suas aventuras pela Cidade quando fazia as entregas dos queijos que esta casa recebia directamente da Serra da Estrela.
A Arcozelo tem ao balcão um casal já de uma certa idade que são encantadores, mas muito desconfiados. Julgo que serão os actuais proprietários. Quando entra alguém - tipo eu - ele refugia-se no interior. Ela baixa a cabeça e fala o menos possível quase sem me olhar. Mas é um prazer olhar os produtos que vendem, principalmente a charcutaria e os queijos. Tenho levado alguns amigos e amigas a visitar e a comprar nesta casa.
Dizia-me há cerca de 2 anos, o amigo Fernando Súcio. Andamos nas feiras a comprar fumeiro e aqui estão a metade do preço.
Pronto, meus queridos amigos, amigas e visitantes. É-foi mais uma voltinha por alguns comércios da minha Invicta.
Mas há muitos mais.