A sua história é descrita nas páginas monumentos.pt da IHRU como segue: 1554 / 1555 - Início da construção da Capela no Bairro da Sé, pela irmandade dos Alfaiates, em casas doadas pelo bispo D. Rodrigo Pinheiro; 1559 - ainda não estava concluída; a Irmandade tinha como patrono Santo Homem Bom (nome errado, digo eu, pois na base da imagem está escrito Santo Bom Homem); 1932 - a Associação dos Alfaiates Portuenses oferece ao Estado a venda do recheio da Capela; 1934 - a C. M. pretende urbanizar o Largo fronteiro à Sé pelo que propõe a sua reconstrução num outro local; 1936 - apeamento completo da Capela pela DGEMN; 1940 - as obras são suspensas pelo Governo; 1949 - a Câmara oferece-se para efectuar a reconstrução da Capela no actual local; 1951 - projecto de reconstrução da capela apresentado pelos Serviços de Obras Municipais e Habitações Populares da C. M. do Porto ( exigência da DGEMN ); 1953 - reedificação da capela no actual local.
Mesmo sendo Monumento Nacional desde 1927 o Estado acabou por se desinteressar do pobrezinho.
O portal é rematado por um nicho com decoração flamenga, desenhado por Manuel Luís, em que se abriga uma imagem de barro de Nossa Senhora de Agosto.
A abóbada elevada sobre o espaço quadrado da nave é de cruzaria tardo-gótica, mostrando já motivos ornamentais maneiristas.
O retábulo da capela-mor, também maneirista, divide-se em oito painéis que representam cenas da vida da Virgem e, iconograficamente, respeitam as prescrições do Concílio de Trento, divulgadas em Portugal, sobretudo a partir de 1580. As pinturas são atribuídas, entre outros, a Francisco Correia tendo sido executadas provavelmente entre 1590 e 1600. Foram restauradas por Abel de Moura após a sua nova localização.
Pormenor do Frontal do Retábulo.
Imagem calcária de Nossa Senhora de Agosto, que já se venerava antes da construção da primitiva capela.
Imagem calcária de Nossa Senhora de Agosto, que já se venerava antes da construção da primitiva capela.
Imagem em madeira do Senhor Bom Homem também do séc. XVI.
Para um leigo como eu, não imagina o que representa esta Capela em termos estilísticos. No entanto foi (ou ainda é, penso eu) muito importante pois é um exemplar único no Norte do País, ente os tardo-gótico e as ideias maneiristas de inspiração flamenga.
Uma boa notícia para quem quizer visitar. Está aberta de tarde - não sei se ao domingo também - e uma senhora muito simpática, presta-nos todas as informações.
Valioso Guia Turístico tens vindo a recriar.
ResponderEliminarAs anotações de carácter "reparador" das situações/casos anómalos, parecem incomodar quem não sabe valorizar o Património que deu da Vida e Obra, e nos foi legada pelos antepassados (antepassados não são só os de antes do Século XIX, como parece depreender-se).
Deveria ser o contrário. Ser "aviso", "lembrança" ao esquecimento dos homens.
Conceitos de Modernidade, para os tais, é a construção de "novas" obras sobre as Memórias desde que destruam o passado visível.
Nada de coisas "velhas", será o lema.
Acabem-se todas as raízes, é palavra de ordem.
Pobres de Espírito (que nem isso têm!) para uma geração nascida e criada sobre os joelhos.
Lamento-os.
Acerca da Capela dos Alfaiates, que mais se pode referir?
Está ali, á mão de semear. É mais um Tesouro que nos dignifica, que dignifica as Terras do Porto.
Visitem-na, se não pela Espiritualidade, pelo menos pelas Virtudes das Artes.
Por amizade,fui a um velório na Capela dos Alfaiates. Nunca tinha reparado nela!Fiquei encantado com a beleza artística, numa mistura muito bem conseguida e que merecia maior cuidado e maior divulgação (já nem sequer me refiro ao "culto" de algumas "novas obras" tão propagandeadas e com pouco mérito!). Oxalá o Património Nacional cuide em não abandonar pérolas como esta, que uma vez perdidas, será para sempre!
ResponderEliminarObrigadissimo para isso, Jorge.
ResponderEliminarA Capela dos Alfaiates - uma das jóias do Porto.
Sou "portuense recente" (de origem britânico) e visitei esto tesouro escondido e demasiado pouco conhecido pela primeira vez na semana passada. Valeu a pena cem vezes!. A pequena capela mostra uma arquitectura interiora cativante e rara no Norte de Portugal. Embora do retábulo tanto belo e da imagem do Senhor Homem Bom (padroeiro dos alfaites) a capela-mor tem, do lado direito, uma imagem linda da Santa Catarina (padroeira das costureiras).
A referida senhora com a chave abre a porta nos dias uteis à volta das 3:00 / 3:30 até cerca 5 horas da tarde. Disseram-me isso no Posto de Turismo perto da Sé, onde tem o numero de telemovel relevante. (O dono duma pequena loja junto da capela ajudou também.) A senhora é, como já escreve-se en cima, muito amigável e disponível para fornir pormenores adicionais. No interior há também um folheto informativo em Português, Inglês e outras idiomas.
Será que me podia facultar um email? Gostava de utilizar uma destas imagens para um trabalho. Obrigada
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