Há uns anos fiz umas publicações aqui no blogue com sugestões de roteiros e também em formato pps mas entretanto a cidade foi mudando. Claro que os seus monumentos não mudaram nem a sua história.
Nem sempre é fácil dar sugestões porque tudo é relativo dependendo do gosto e do tempo dos nossos visitantes mas vou deixar algumas ideias que depois de misturadas podem ser aproveitadas.
MORRO DE PENAVENTOSA - Marcas pré-históricas estão espalhadas pela Região, mas a História da Cidade do Porto começa neste morro e num Castro Celta, o primeiro povo que o habitou. Lêem-se outras histórias mas não é importante para o nosso caso. Umas muralhas defendiam o castro.
Pormenor do Morro de Penaventosa visto do miradouro da Vitória. Casario, Sé Catedral, Paço Episcopal e Igreja de S. Lourenço, mais conhecida como Igreja dos Grilos.
A Romanização: A partir do séc. II a. C. (há quem escreva que é a partir do séc. IV a.C.) a progressiva influência cultural e a ocupação romana do território originam inúmeras transformações.
Hoje já não há dúvidas que o antigo Castro foi rodeado por uma muralha romana, há quem escreva construída sobre os muros duma muralha velha. Existe um pequeno pano e um cubelo recuperados há uma vintena de anos, junto à Casa de D. Hugo. No entanto, está perfeitamente identificada a cerca conforme podemos ler e ver na planta da página http://www.portopatrimoniomundial.com/a-muralha-romana.html.
A referida Casa de D. Hugo, a segunda casa mais antiga da Cidade, era de traçado gótico e foi destruída mas aproveitaram uma das suas paredes para a construção de um novo edifício. Durante as escavações detectaram-se vinte camadas arqueológicas integrando ruínas arquitectónicas e objectos desde o séc. IV-III a. C. Foram identificados vestígios do castro pro-histórico que esteve na origem do centro urbano bem como das ocupações romanas e alti-medieval que lhe sucederam: Visigodos, Vândalos, Árabes...
Visita com marcação no Museu Guerra Junqueiro, na mesma Rua, que iremos visitar.
As fotos já têm uns anos, mas podemos confirmar que há novas escavações e achados na página:
http://www.visitporto.travel/visitar/paginas/viagem/DetalhesPOI.aspx?POI=1333
Casa Museu Guerra Junqueiro e Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro - Luís Pinto Mesquita de Carvalho Guerra.
A Rua estreitinha de D. Hugo separa dois edifícios-museus dedicados ao Poeta Guerra Junqueiro.
Casa Museu instalada num edifício construído no segundo quartel do séc. XVIII recria o ambiente privado da sua residência.Apresenta das mais notáveis colecções de artes decorativas da Cidade, tanto nacionais como estrangeiras.
Exposição de mobiliário, têxteis, ourivesaria, cerâmicas, etc entre os séc. XV e XIX podem ser apreciadas em toda a sua beleza.
A Fundação completa a exposição das colecções do Poeta.
Ambas devem ser visitadas porque se completam mas os horários de funcionamento são diferentes.
Seguindo a Rua de D. Hugo até ao fim, encontrámo-nos no Terreiro da Sé.
Todo este enorme espaço era composto de ruelas com casas em avançado estado de degradação e de feição medieval que foram demolidas. A Casa Torre Medieval, na imagem, foi descoberta, reinterpretada e reconstruida uns metros para sul do local de origem, incluindo uma varanda gótica na fachada Norte que segundo escrevem foi criada pelo arquitecto Rogério de Azevedo.
Mantiveram-se mais ou menos, os traçados de algumas das ruas medievais. A elas voltaremos.
Sé Catedral: Igreja, Altar-mor e Altar do S.S. em Prata, Capelas, Arqueologia, Claustros, Azulejaria, Casa do Cabido, Tesouro e a fantástica colecção de escultura religiosa, com imagens desde o séc. XII-XIII. Vale a pena ir à descoberta.
A construção da Sé começou no séc. XII e prolongou-se até ao início do sé. XIII. Sofreu imensas alterações ao longo dos tempos, mantendo o carácter geral da época românica na fachada e no corpo da Igreja de três naves. O gótico e o barroco estão bem representados.
É um dos Monumentos mais antigos de Portugal
Salas do Cabido
Sacristia
Logo abaixo do Terreiro, encostado ao paredão do miradouro, encontramos o Chafariz da Rua Escura. Foi transferido para este local em 1940.
Também conhecido como Fonte de S. Sebastião é uma obra do séc. XVII.
Colégio, S. Lourenço ou d'Os Grilos:
Caminhando um pouco pelo Largo, encontramos as Escadas do Colégio já existentes no séc. XVI, que nos leva ao Largo do Colégio e ao antigo Convento e Igreja de S. Lourenço, mais conhecida como a Igreja dos Grilos.
Com início da construção pelos jesuítas em 1577, em estilo maneirista barroco, o conjunto de edifícios pertence actualmente ao Seminário Maior que os ocupa desde 1834.
Capela-Mor
Fabuloso Retábulo na Capela de Nossa Senhora da Purificação em talha dourada que entre outros elementos cénicos nos apresenta nichos relicários. Informaram-me pessoalmente que cada nicho tem a imagem do Santo devoto de cada uma das confrarias que estiveram sediadas na Igreja.
Por qualquer razão, esta Igreja tão próximo da Sé, é pouco visitada. Uma pena, pois a sua história, a arquitectura e as artes de pedreiro, de entalhador, de pintura deveriam ser mais apreciadas. Falta uma verdadeira divulgação.
Numa ala seiscentista do antigo Colégio está instalado o magnífico Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição.
No domínio da Escultura, destaque para a Sala Irene Vilar
(Matosinhos, 11.12.1930 - Porto, 12.5.2008)
No nosso imaginário todo este conjunto de edifícios estava dentro das Muralhas Primitivas, as de origem Romana. Que para além do pano visível estão no sub-solo muitas marcas devidamente identificadas.
O Porto urbano foi-se expandindo para além destas Muralhas e que rodeavam o Morro de Penaventosa. No séc. XIV o Rei D. Afonso IV mandou construir uma nova cerca que só ficou concluída cerca de 1370 e no reinado de D. Fernando I, seu neto. Por isso estas muralhas medievais são mais conhecidas por Fernandinas e limitavam uma área de 44,5 hectares.
O Porto urbano foi-se expandindo para além destas Muralhas e que rodeavam o Morro de Penaventosa. No séc. XIV o Rei D. Afonso IV mandou construir uma nova cerca que só ficou concluída cerca de 1370 e no reinado de D. Fernando I, seu neto. Por isso estas muralhas medievais são mais conhecidas por Fernandinas e limitavam uma área de 44,5 hectares.
Nas proximidades do Morro de Penaventosa desde as Muralhas, podemos apreciar belas paisagens sobre o Rio Douro e o casario dos bairros que se encontram à volta.
Encostado às Muralhas do lado interior, foram construídos o Convento e a Igreja de Santa Clara concluídos em 1457, substituindo um pequeno e velho convento do séc. XIII.Com a morte da última freira no séc. XIX o convento foi extinto mas recuperado pelo Estado Português e adaptado para instituições de cariz social.
Portal da entrada da Igreja
Uma visita é obrigatória. Juntamente com a Igreja do Convento de S. Francisco são denominadas as Igrejas forradas a ouro do barroco joanino. Impressionante o trabalho da talha dourada executado entre 1730 e 1744.Actualmente está em restauros mas não sei se é permitida a entrada. Vale a pena tentar depois de um passeio pelas Muralhas.
Partindo do Morro de Penaventosa, temos várias alternativas para seguir em direcção ao Rio caminhando por ruas, escadas, estreitas com traçados medievais. E pequenos largos que marcam encruzilhadas. Os vários miradoiros permitem-nos olhar os casarios, muitos deles recuperados a partir da traça primitiva.
Vista desde o Morro de Gaia, da Ribeira até Penaventosa.
Casa Torre na Rua de Baixo, no Barredo. Considerado o edifício mais antigo da Cidade, construído provavelmente no séc. XIII.
Para descansar e comer uma verdadeira Isca da Ribeira, recomendo a casa da D. Ermelinda e da sua filha. Mas costuma ter outros petiscos: Polvo cozido, moelas, fígado de cebolada, etc. e tal.
Foi-me apresentada pelo meu querido amigo Álvaro há cerca de 9 anos.
Foi-me apresentada pelo meu querido amigo Álvaro há cerca de 9 anos.
Caros amigos e amigas, ilustres visitantes. Este é o primeiro roteiro que vos proponho. Não me alonguei em pormenores, pois serão vocês que os terão de descobrir. E Penaventosa ou Pena Ventosa merece.
Até ao próximo
Grande presente este post par quem deseja conhecer esta Cidade Invicta...bjs.
ResponderEliminarÉ um prazer e fonte de sabedoria ter-te como apresentador. Boas fotos e textos a condizer. Obrigado pela tua divulgação inestimável.Abraço
ResponderEliminarÉ com grande satisfação que faço parte das relações de amizade (ainda que virtual) com o amigo Portojo, para mim é um orgulho.
ResponderEliminarEste blog está divinal, muita informação acompanhada de imagens, enfim maravilhoso.
Que Deus lhe dê muita saúde para continuar nos presentiando com tão belos trabalhos.
Abraço Ângela -Porto
Mais um belíssimo trabalho do meu Amigo Jorge Portojo. Excelente fotografia e uma descrição impecável. Os meus parabéns com um abraço,
ResponderEliminarManuel Tomaz