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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

210 - Estabelecimentos Comerciais

Foi em Maio passado, no dia do Bando do Café Progresso, que a rapaziada foi almoçar ao Antunes o célebre Chispe no Forno, no Bonjardim.
Um pouco abaixo e do outro lado da rua, entrei no Pretinho do Japão e pedi autorização para fazer umas fotos desta mercearia antiga.
Esta foto da frontaria é recente.
 Um gato era normal existir nas mercearias antigas. Pelo menos tanto quanto me recordo.
 Este estabelecimento existe desde 1947. O Pretinho do Japão tem uma pequena escultura-símbolo e do nome não se sabe ao certo a origem. Pode ter vindo de uma história, (do Bandarra) de uma lenda (espírita) ou efeitos da concorrência de um estabelecimento próximo que existiu com o nome de Favorita do Japão.
Passados uns tempos voltei a passar por aqueles lados e reparei que a casa estava em obras.
Reabriu por altura do Natal. Entrei novamente em Janeiro último e chamou-me logo a atenção o lindo painel de azulejos que ficou escondido com a remodelação. Fiz notar isso ao proprietário.

Aspectos antigo e novo, respectivamente acima e abaixo nas fotos.
 Foi aberta onde era o armazém uma nova sala, especialmente dedicada à gastronomia e garrafeira.
 Algumas relíquias
 Os velhos moínhos de moer o grão de café ainda se utilizam. Em destaque os deliciosos ladrilhos de marmelada. Conferi que são mesmo de marmelo.
Para a decoração actual, mantiveram muito da estrutura e mobiliários primitivos.
 Pormenor da sala interior e uma pequena escultura de outro Pretinho
 A primitiva porta que dividia a "mercearia" do armazém, agora nos fundos
 Elementos decorativos graciosos
A escultura do Pretinho do Japão recebe-nos à entrada do novo espaço.
Está projectado para o pátio das traseiras um outro espaço. A ver vamos. Desejo boa sorte ao antigo Marçano, o Zé Manel.

4 comentários:

  1. Amigo Jorge, gostei. O gato é tradição nos armazéns, é para espantar os ratos (não sabemos se a precaução é eficiente). O meu pai teve armazém de secos e molhados na rua do Acre no Rio de Janeiro, ele preferia um cão "fox terrier de pelo liso". Meu avô tinha armazém (se chamava "venda") na aldeia de Penalva, perto de Marco de Canaveses. Boa a citação da marmelada de marmelo. Nos supermercados de São Paulo, marmelada só em lata, e a certeza que dentro da lata a unica coisa que não tem é marmelo,Ver o teu trabalho foi algo agri-doce. Doce pelas boas recordações e agri pela saudade. De qualquer modo valeu!
    Um abraço fraterno do irmão artilheiro
    Luiz Grijó

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  2. Tive um tio emprestado (marido da minha tia) portugues de Braga que teve uma "venda" e lá tinha um gato que gostava de dormir em cima da saca de batatas. Eu era muito pequena mas me recordo bem. Ao ver as tuas lindas fotos me reportei no tempo. Obrigado já que dizem que recordar é viver.
    Abraços da sua amiga carioca

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  3. Muito obrigado e parabens pela "reportagem"; pena foi que tenham tapado o belissimo painel de azulejos !
    A proposito dos gatos nas "vendas" ou mercearias de outrora, vou tomar a liberdade de contar uma historia veridica de que fui tetemunha quanda era garoto nos anos 40/50. Defronte do actual posto médico de S. Roque da Lameira, existia a veha mercearia do Lopes com o seu longo balcão recoberto de chapa de zinco e ao fundo do qual sempre estava um gato deitado na rima de papel "costaneira" com que se embrulhava o bacalhau, sabão em pau e outras coisas. Um dia, estava eu na padaria, quando entrou a D. Porcia toda esbaforida,chorando, com arranhões, mas, sobretudo, com a sua "raposa" bem estragada. Esta senhora, da "sociedade" e ja algo idosa, usava uma pele de raposa à volta do pescoço como era uso naquele tempo. Os olhos da raposa eram de vidro e muito reluzentes. O padeiro perguntou à D. Porcia o que lhe tinha acontecido ao que ela respondeu que tinha ido à loja do Lopes e que o gato, apenas viu os olhos da raposa a brilharem, se atirou a ela e "lutou" bastante com a raposa, assustando e arranhando a dona pela mesma ocasião. O padeiro e eu tivemos vontade de rir mas contivemo-nos para não desgostar ainda mais a pobre e educadissima senhora. Ou seja, nem so os ratos estavam na mira do gato do Lopes.
    ESpero que tenha achado graça a esta historia verdadeira e bem antiga em que todos se conheciam e não havia supermercados.
    Um abraço e bem haja pelos seus trabalhos que bem aprecio. Apenas tenho pena de não poder frequentar os restaurante a
    que se vai referindo nem comer os bons petiscos, como esse chispe no forno do Antunes !
    Manuel Gomes

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  4. Gostei imenso de ver esta reportagem sobre esta Pretinho do Japão!!!
    Que fantástica decoração tem esta célebre mercearia!
    Bem realmente ..chispe no forno...nunca comi..mas que fiquei com água na boca ..fiquei..
    Mais uma vez muito obrigada por este maravilhoso trabalho
    M.M

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