Pesquisar

sábado, 19 de abril de 2014

186 - O Beco dos Redemoínhos

Este "percurso" de hoje é para mostrar aos meus queridos amigos e leitores que nem todos os caminhos do meu-nosso Porto são visitáveis.
Refiro-me ao Beco dos Redemoínhos, porque existe lá uma casa - ou o que resta dela - antiquíssima.
Foto recolhida em http://www.portopatrimoniomundial.com/fotos-antigas.html provavelmente, dos anos 40 do séc. XX aquando do "reordenamento" da zona da Sé.
Pois bem, esta casa, segundo o folheto do Património na Freguesia da Sé, é uma construção da primeira metade do século XIV cuja fachada tem sido identificada com um estilo flamengo. Palavras textuais.
Foto recolhida em http://portoarc.blogspot.pt/2012/06/bairros-da-cidade-ii.html, obtida não há muitos anos.
Destacam-se as características góticas da Porta e das 3 janelas de remate tribolado.Terá pertencido a um mercador, mas sabe-se  que no século XVII pertenceu a Cristovão Allon de Moraes (1632-1693), (um aparte, diz o tal folheto que o homem foi  portuense, mas na sua biografia lê-se que foi natural de S. João da Madeira) que escreveu a Pedatura Lusitana, Nobiliário de Famílias de Portugal, obra em 6 volumes que pode ser lida em  http://purl.pt/12118/3/hg-18217-v/hg-18217-v_item3/index.html#/8
Vamos indo pelos Redemoínhos, mas não vamos a lado nenhum, porque o Beco está trancado. Diz o jornalista e historiador Germano Silva que deve o seu nome por aqui ter passado um ribeiro que movia azenhas. Mas também já li que deveria ser pelo vento que se fazia sentir. Lembrem-se os meus queridos leitores que estamos no alto de Pena Ventosa.
Casa tão famosa, merece ser vista. Mas não o pode ser porque, como disse antes, está vedada a passagem por um portão fechado à chave. Há muitos anos, o Beco até tinha saída, fazia-se lá uma feira, mas com o aumento da Capela-Mor da Sé foi tudo modificado.
A casa pertence actualmente a um arquitecto, segundo as palavras de Germano Silva.
Há uns tempos, ignorante ainda destas coisas, procurava o Beco e a Casa. Bem me fartava de andar ali pela Sé e nada. Um dia alguém descobriu e indicou-me o Beco. Não era este portão que agora nos barra o caminho, mas sim uma porta em madeira de alto a baixo.
Fui perguntar no Posto de Turismo (é de certeza uma brincadeira chamar posto de turismo àquilo, localizado na "castiça" memória da Casa da Câmara do arquitecto Fernando Távora, a tal que escondia a Estátua do Porto) porque razão não se podia visitar a Casa Gótica, estando trancado o Beco. A resposta de uma funcionária foi simples e curta: Para evitar a prostituição e a droga.
Mas ficamos a saber agora que é propriedade de alguém e sendo assim, nada mais resta.

Para os amigos interessados, no link abaixo estão as palavras do Historiador Germano Silva gravadas em vídeo http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=3650556 e que me levaram a visitar o Beco

Mas também me surge uma dúvida. Se Germano Silva diz que é a casa mais antiga da Cidade do Porto, então a Casa Torre do Barredo, o número 5 da Rua de Baixo já o não é ? Esta foi construída no século XIII. A dos Redemoínhos no século XIV. 
Em que ficamos ? Ai a nossa História sempre a deixar-nos com dúvidas.

Aos caros leitores interessados e lógicamente às caríssimas leitoras interessadas, remeto-vos para a minha página http://portojofotos.blogspot.pt/2010/05/16-o-morro-de-pena-ventosa-e-muralha.html altura em que procurava o Beco dos Redemoínhos e a Casa Gótica, aí sim, a mais antiga da Cidade.

13 comentários:

  1. Jorge, como sempre tu faze-nos aumentar o conhecimento em relação à belíssima cidade do Porto.
    Os becos e ruelas são de uma riquesa sem igual a apresentar cada um sua história. Quantos não passaram por ali a deixar seus nomes na memória do tempo e da saudade de épocas diversas!
    Muito obrigada pela postagem, um grande abraço

    ResponderEliminar
  2. Fico imaginando que histórias poderão ter acontecido por lá.
    Ah se eu fosse escritora!!!!!!!!!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amigo, parece-me que deve ser amiga, anónimo. Não é preciso ser escritora para contar histórias. Se as sabe, como deve ser bom recordá-las. Eu agradeço, assim como a sua visita.

      Eliminar
    2. Parabéns, pelo amor pela sua cidade.

      Eliminar
  3. Uma santa e feliz Páscoa. Com tudo o que de melhor possa trazer a renovação da natureza, própria do tempo pascal.
    http://longrahistorico.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  6. Só tenho agradecer,muito,muito,ao meu amigo,pelos trabalhos apresentados,sempre com muito carinho que,demostra pela sua cidade "nossa" MUI NOBRE e SEMPRE LEAL CIDADE do PORTO.
    Obrigado !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não agradeças, Armando e mete pézinhos ao caminho. Um abraço

      Eliminar
  7. Olá! Boas fotos...
    Aqui, deste meu cantinho, que é o Algarve, venho desejar-lhe, tudo o que de melhor possa caber na imensidão da vida, paz, amor e fraternidade.
    Cumprimentos de: http://umraiodeluzefezseluz.blogspot.com

    ResponderEliminar
  8. Boa noite.
    É verdade que este beco foi fechado para evitar o vandalismo e outras práticas, como tráfico de droga. O inquilino já mora nesta casa há cerca de 50 anos.
    A entrada da casa faz-se pela Rua de D. Hugo e não pelo beco, que constitui as traseiras desta e de outras casas da mesma rua.
    Cumprimentos e boas fotos.
    Fátima Vieira

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado pela visita, amiga Fátima Vieira. Sei que a entrada é pela Rua de D. Hugo. Imagino que deve ser um local apetecível para algumas actividades.
      Cumprimentos

      Eliminar