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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

149 - S. Pedro da Cova e o Couto Mineiro

S. Pedro da Cova é uma localidade (prefiro chamar-lhe assim até ver, em vez de Freguesia e ou Vila para não confundir os amigos leitores) integrada no concelho de Gondomar, com várias lugares. Está a cerca de uma dúzia de quilómetros distanciada da Cidade do Porto.

A primeira vez que fui a S. Pedro da Cova foi há mais de 45 anos, teria os meus 20 sensivelmente, com a rapaziada de S. Roque da Lameira, mais concretamente do Ilhéu, em Campanhã. Nenhum de nós tinha ido à tropa, creio mesmo que nem à inspecção. Num sábado à tarde, apanhamos o eléctrico 10 com traço na paragem à porta do Café Juvenil, nosso paradeiro, e resolvemos ir até Boloi, um dos belos lugares dessa terra.
Fica para depois a história, aliás coisa simples e passemos aos factos.
S. Pedro da Cova foi doada por D. Afonso Henriques (o nosso primeiro Rei), em 1138 ao Bispo Pedro Rebaldis, sucessor do famoso Bispo do Porto D. Hugo.
Em 1379 a doação foi confirmada por D. Afonso III do Couto de S. Pedro da Cova no julgado de Gondomar.
Com a extinção dos Coutos em 1820, passou a concelho até 1836, sendo extinto nessa altura para integrar Gondomar.
Lê-se na história da localidade, que cada um dos seus lugares possui uma identidade própria, fruto de enraizadas tradições.
Fica localizada num fundão, entre serras cujos nomes desconheço com excepção da de Santa Justa, esta já pertença do concelho de Valongo.
Bairro Mineiro
Tendo sido uma região de cariz essencialmente agrícola, actividade que ainda se mantém embora numa escala de subsistência familiar - penso eu - as Minas descobertas em finais do séc. XVIII vieram desenvolver e muito significativamente a localidade.
Percorri alguns caminhos dos seus lugares, onde se nota a sua ruralidade, mas com acessos muito bons.
Embora o declínio e extinção das Minas nos anos 70 do século passado tenha tido aspectos sócio-económicos gravíssimos, o certo é que S. Pedro da Cova passou a ser um território mais populacional, até considerado um dormitório do Porto.
Mantendo a agricultura tradicional, paralelamente várias industrias vieram aqui instalar-se, algumas seguindo a tradição gondomarense como a ourivesaria e a marcenaria.
Depois do 25 de Abril de 1974 e com a autonomia - enfim, chamemos-lhe assim - dadas às populações representadas nas Freguesias e Concelhos, S. Pedro da Cova beneficiou de acessos rodoviários muito razoáveis, desenvolveu-se e criou mesmo pólos industriais.
Já há uns anos que não visito a região e com a crise não sei mesmo como está a sua indústria.
Toda esta minha lenga-lenga começou porque fui a Boloi nos anos 60 do século passado. E passados estes anos todos resolvi revisitar o lugar. Realmente lembro-me do açude e da pequena bacia de água, onde tomavam banho muitas pessoas naquele dia.
Aqui passa o Rio Ferreira e digo-vos, caros amigos leitores, o lugar é muito bucólico. Para um viajante pedreste como eu, apanha-se o autocarro 10 da Gondomarense - agora não sei bem como é, devido às alterações dos transportes - no Largo da Covilhã e o motorista deixa-nos próximo do lugar.
Podemos caminhar ao longo do rio, não sei se por muita distância, porque apenas quis focar um pouco da minha memória.
Recordar é viver como disse Vitor Espadinha.
Um apontamento só pela curiosidade, naquela dia dos anos 60, ao fim da tarde entramos numa tasca, o Ferreira, que tinha uns petiscos razoáveis. Debaixo da ramada tomamos umas malgas e comemos, uns, iscas de bacalhau, outros, rojões. Isso nunca esquece.
Perguntei a várias pessoas nesta agora minha pequena viagem se conheciam e onde ficava a tasca do Ferreira. Acreditem, ninguém me soube responder. Não sei sequer se ainda existe.
E a viagem continuou.
As andanças recriadas fotogràficamente, foram feitas em dois dias. E já no longínquo verão de 2009.
Por isto ou por aquilo, conforme diz o povo, fui dar a esta Igreja, que presumo ser a de Nossa Senhora de Fátima, com a certeza absoluta de ser recente. Como não poderia deixar de ser, visitei o seu interior e francamente achei lindo, especialmente por causa dos seus vitrais.
Não entendo nada de arte seja qual for a espécie ou categoria catalogada. Mas esta igreja ficou-me na memória.
Com uma sorte danada, não sei se os amigos que me visitam terão a mesma opinião, mas esta foto da Sala do Baptismo saiu-me na "rifa" da fotografia.
Garanto-vos que não tem nem uma pontinha de photoshop.

Tudo o que venho descrevendo não é uma história de caminhos e caminhadas em S. Pedro da Cova. O princípio foi apenas relembrar Boloi, mas acabou por ser uma curiosidade que me levou a interessar pelas Minas extintas.

Recomendo uma visita não só ao Couto Mineiro como depois ao Museu Mineiro. Mas cada coisa a seu tempo.
Tudo começa no Lugar ou Largo da Covilhã. Presumo que é o ponto mais fundo de S. Pedro da Cova.
Quem vem do Porto vai a Fânzeres até ao Soldado - nome dado ao Largo onde se encontra a estátua homenageando o Soldado do Ultramar -  sóbe (se é erro de acentuação, é de propósito. Não quero que leiam sôbe e fiquem cheios de dúvidas...) depois imenso até ao Alto da Serra. É o cruzamento com a Estrada de D. Miguel (toponímica que tem a ver com a Guerra Civil e o Cerco do Porto)
e agora é preciso descer e de que maneira, até à Covilhã.
Encontramos duas homenagens-recordações. No centro do Largo a estátua ao Mineiro. Encostado ao quartel dos Bombeiros, num pequeno espaço ajardinado com água o simbolismo dos anos de funcionamento das Minas. Isto é dedução minha, pois não vi qualquer informação sobre o que representa. E as minas deixaram de funcionar em 1970, segundo li.
Então comecemos pelo antigo Couto Mineiro, não esquecendo que as fotos são de Agosto de 2009.

O Cavalete do Poço de S. Vicente.
É o ex-libris de S. Pedro da Cova, uma ruína que o povo quer ver restaurado.
Na minha opinião, não seria só este Monumento que o deveria ser mas pelo menos uma parte do Couto Mineiro.
Em 1921 abriu-se o Poço de S. Vicente que atingiu 157 metros de profundidade; em 1935, aprofundado e com um altura de 13 pisos foi construída a actual e arruinada Torre-Cavalete que se ergue acima do poço com a altura de 6 andares. Os homens desciam para a mina por um elevador (a jaula) nela encastrado. Levavam o farnel ao ombro, o gasómetro numa mão e o machado na outra. (pormenor de uma entrevista a uma ex-mineira, já bem idosa).
O local foi descoberto em fins do séc. XVIII por Manuel Alves de Brito no sítio do Enfeitador. Presumo ter sido nuns terrenos que pertenciam a um Padre por doação de uma viúva. Só consegui ler este pequeno parágrafo na apresentação de uma página na pesquisa da Internet mas que não abriu. Aliás, isso acontece em muitas outras. Mas adiante.
Foi-lhe concedida a extracção de Antracite - o mineral Carvão - que mais tarde viria a revelar-se como a maior zona carbonífera do País.
O Estado pouco depois retirou-lhe a concessão, que veio a vender a uma empresa bancária que falida passou-a a outra e enfim lá seguiram as explorações mineiras de companhia em companhia.
Até 1804 ...a extracção foi irregular com a produção pouco abundante e nociva pelo muito combustível que a má direcção de trabalhos inutilizou...
Iam os trabalhos até aos 100 metros de profundidade.
Um relatório de 1890 lamentava e descrevia que o "...concessionário tem relutância em introduzir os melhoramentos aconselhados pela moderna arte das minas... e que uma mina auferindo tãos bons resultados continue a seguir uma rotina vergonhosa". Texto rigorosamente copiado do relatório.
As ruínas do Campo Mineiro
A produção em 1900 era calculada em 6 mil toneladas. Em 1914 atingiu 25 mil toneladas. Em 1932 cerca de 183 mil. Em 1941, em plena guerra atingiram-se 360 mil toneladas de carvão.
Pormenores do Cavalete de S. Vicente
Chegaram a ser empregadas 1.600 pessoas de ambos os sexos, incluindo rapazes e raparigas.
As duras condições de trabalho provocaram muitos acidentes, doenças e mortes. Talvez por isso e com o movimento e a organização sindical a apoiar, os mineiros e as gentes desta terra, ficaram com a fama de promover fortes lutas laborais contra o regime Salazarista por melhores condições de trabalho. Entre outras, ficaram famosas as greves de 1923 contra o período de 16 horas de trabalho consecutivas (acho que é uma forma de dizer pois deveria haver um intervalo, pouco que fosse, para o lanche, embora comido no interior da mina) e a de 1946 contra o "patronato nazi-fascista" .
Uma senhora procurando e recolhendo pequenos pedaços de carvão
existentes no meio dos caminhos. Assim me disse.

Descobri uma página, não sei qual pois não anotei, que no tempo da II Grande Guerra (época de racionamentos) a empresa exploradora criou uma cooperativa onde vendia produtos abaixo do custo, uma cantina e promovia o ensino obrigatório para adultos. Creio que é um excerto de uma entrevista a um ex-mineiro.
Construíram também um bairro residencial, hoje restaurado e todo habitado, o Bairro Mineiro (cuja foto publiquei acima), e as Casas da Malta onde habitavam os trabalhadores que vinham de vários pontos do País para as Minas. Uma delas foi adquirida pela Junta de Freguesia que a restaurou e nela instalou o Bonito, Instrutivo e Simbólico Museu Mineiro, além de serviços sociais para a terceira idade, essencialmente composta por ex-mineiros.

Na ficha pessoal de uma trabalhadora, pode ler-se um castigo aplicado por faltar às aulas. E também o pagamento de um subsídio de 100 escudos por maternidade. Não me lembro se nos tempos salazarentos este subsídio era obrigatório ser dado pelas empresas. Sei que era dado um subsídio mas pela nossa "Caixa", que eram várias, cada qual referente a indústrias e comércios específica(o)s. Hoje é a Segurança Social, totalmente controlada pelo Estado Português, mas isso são outros contos que não vêm para o caso.

Há sensívelmente 4 anos levantou-se a questão do depósito em 2001 e 2002 de resíduos perigosos a céu aberto nos terrenos da Mina, vindos da Siderurgia Nacional, localizada na Maia. Chegou-se em 2010/2011 à conclusão que sim, são perigosos e esperava-se a abertura de uma linha de financiamento comunitário para os retirar. Analisaram serem 88 mil toneladas de resíduos, mas parece que ninguém acredita, incluindo um CDS (Altino Bessa) que diz ter o Estado pago o transporte de 327 mil toneladas. E a exigir uma investigação.
Enquanto isso...
Por casualidade vi uma camioneta a descarregar... terra ?

Imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, que se encontrava no fundo do poço. Foi recuperada e construída uma capela para a acolher.
Imagem do Google de 2012 dos terrenos, ou parte deles do antigo Couto Mineiro.

No término da linha do eléctrico 10 com traço a qual chegou a S. Pedro da Cova (no lugar do Passal ?) em 1918, foi feito um desvio para o Couto Mineiro, onde as Zorras (carros eléctricos preparados para transportar mercadorias e que aqui se chamavam "Viúvas" pela sua cor negra e sujidade) recolhiam o carvão e transportavam-no para o Porto com destino à Central Hidro-Eléctrica de Massarelos, inaugurada em 1915 e que veio substituir a da Arrábida.
Em 1914 (ou terá sido 1916 ?), foi instalado um cabo aéreo com a extensão de 9 quilómetros que transportava o carvão até ao Monte Aventino, no Porto, no Lugar das Antas e também para a Estação dos Comboios de Rio Tinto.
Vi uma foto da freguesia de Medas ( ou será Melres ?) onde também passava este cabo aéreo. Porque foi verdade que ao longo da margem direita do Rio Douro, haviam cais onde se embarcava carvão.
O Monte Aventino era um depósito da companhia mineira com cerca de 42.000 metros quadrados, de onde seguia o carvão que abastecia a cidade do Porto. Os compradores utilizavam as Zorras, camionetas ou carros puxados a animais.
A rapaziada do meu tempo ainda se deve lembrar bem das cestinhas do carvão, principalmente os da zona de Campanhã e os que acompanhavam o futebol no Estádio das Antas, inaugurado em 28 de Maio de 1952, pois por baixo da pala da bancada lá estava o cabo aéreo e as redes de resguardo.
O actual Parque de S. Roque está encostado ao Monte Aventino que daquela época já pouco terá, talvez as Ruas mais ou menos modernizadas. No espaço primitivo, ou parte dele, estão o complexo desportivo e uma central eléctrica. 
Central Termo-Eléctrica de Massarelos. Hoje, parte das instalações são o Museu do Carro Eléctrico, "A Recolha" e presumo que ainda estão guardadas e em perfeito estado muita da maquinaria e fornos utilizados à época.
As "Andorinhas", enormes roldanas que estavam colocadas na Torre-Cavalete.
Encontram-se no terreno anexo ao Museu Mineiro.
O Museu Mineiro e uma Zorra
Lembro que todas as minhas fotos são de Agosto de 2009. As que se seguem, captadas no Museu Mineiro, já não corresponderão totalmente à verdade, pois segundo li, foi restaurado e remodelado em 2012, com nova estrutura museológica.
Presumo, no entanto, que se deve manter o material que na altura vi exposto.

 Maqueta do Couto Mineiro.

O simbolismo do que era uma galeria.
O cabo aéreo com a cestinha, uma vagoneta, uma pedra de antracite e o transporte para as zonas de trabalho.


Vários equipamentos pessoais, instrumentos, documentação, enfim, muito do que existia e era usado.
O logótipo do Museu "foi roubado" da página do dito.

Fósseis animais e vegetais e na foto de baixo, à direita, antracite e várias espécies de carvão. Creio que eram 5 as espécies.

             
Duas fotos apanhadas na página do Museu. Na superior, a frontaria do Museu, não sei se após a remodelação.

A maioria das fotos a preto/branco, fotografei-as directamente dos quadros expostos no Museu.
Outras fui-as apanhando na net ou em blogues de amigos, bem como os textos, cujos Links vão a seguir referidos. Algumas datas, bem como o tamanho do poço e a altura do cavalete diferem ligeiramente em alguns blogues e/ou páginas.
Mas o importante é a história da Mina e do Povo de S. Pedro, e não só, que se deve preservar.

Por casualidade, fui encontrar um filme sobre estas Minas, que é um testemunho impressionante de realismo. Produzido, pois claro, pela Invicta Filmes, não sei se com fins publicitários. Está à nossa disposição e recomendo vivamente o seu visionamento. Eis o Link:

Outras referências:

Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova.
Museu Mineiro
JN- Publicado em 9.11.2009 por Inês Schereck

http://olhares.sapo.pt/s-pedro-da-cova-foto2684134.html


Para o final deixo esta foto fabulosa da autoria de Suzano Magalhães a quem pedi autorização tipo "vou-lhe roubar esta foto para publicar". Não recebi a resposta, mas seja o que Deus quiser.

35 comentários:

  1. Boas amigo Jorge, sabia da existencia das minas por causa da polemica com os ditos residuos toxicos ( reportagem que passou na tvi ) mas ignorava completamente a sua historia, conheci de passagem S. Pedro da Cova ha muitos anos atraz, e penso que se nao me falha a memoria ainda fui num daqueles troleys verdes ( penso eu de que !!!) continue o bom trabalho , ate porque o saber nao ocupa lugar e assim aprendo mais um pouco do Porto e seus arredores que ja ha muito nao conheço.
    Fiquei com agua na boca quando falou nos rojoes , coisa que estes desgraçados aqui nao fazem a minima ideia do que é apesar de se apregoarem como cozinha portuguesa ( uma ova !!!) isso e as tripinhas , saudades !!!!
    Aquele abraço a mais de 2000km de distancia

    JOAO VALE

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    1. Caro João,
      Os autocarros eram de amarelado da cor do burro quando foge e outra cor que não me lembro qual. Havia uns esverdeados, também, mas acho que faziam as carreiras de Gaia.
      Mas não estarás a confundir com os troleis que eram vermelhos escuros ?
      Para ocaso não interessa nada e mesmo só interessa que estejas de boa saúde.
      Um abraço cá desde a terrinha.

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    2. A tasca no fim da linha do 10 com traço tinha o nome de Adega azul, as imagens da Igreja são da Igreja de São Pedro, a capela da Senhora de Fátima e na estrada D. Miguel perto do Alto da Serra de S. Pedro.

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  2. Caro Portojo,
    A Tasca que ficava no Largo onde parava o eléctrico porque acabava a linha e se a memória não me está a pregar nenhuma partida era a Tasca do Mateus.
    Quanto ao sítio daquela pequena cascata do Rio Ferreira em Beloi era sossegadíssimo e lindo de se vêr.
    Passei lá alguns domingos quando tinha 18 ou 19 anos.
    Acho que ainda devo ter uma ou duas fotografias dessa altura, naquele sítio de Beloi.
    A fotografia á que te referes está realmente soberba, bem como o resto da reportagem.
    Um abraço.
    Adriano Moreira

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    1. Não. A tasca onde terminava a linha 10 era a "famosa "Casa Azul".
      A do Mateus, muito mais abaixo, é (julgo que ainda existe) no lugar de Belói mesmo ao lado do idílico Rio Ferreira.

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    2. A tasca do Mateus era na Covilhã, quem subia na direcção a Valongo poucos metros acima do lado direito, existia a tasca do Mateus da ponte, essa era em Beloi bem perto da ponte velha, que aliás ainda funciona como restaurante com a entrada por detrás.

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  3. Amigo JORGE : A adega Ferreira, creio que era no final da linha. Chamava-se Adega Azul ( logo Azul ), mesmo de fronte do fim da linha . Ainda existe, mas só a casa. É uma falha `monstruosa` , o meu amigo não ter conhecido a tasca do famoso ZÉ do VICENTE ! O tal que o conjunto António Mafra cantou. ( 0 sete e Pico ). Era uma tasca na margem do rio Couce, é como se chama o rio junto à tal igreja. Há muitos muitos anos, local para boas merendas , no Zé do Vicente. Já fiz o percurso a pé de Valongo até Beloi e não ( Boloi ) creio que é assim . A serra lá na margem direita , é a serra da Pia, que vai dar à famosa Romaria do Sr. do Salto, ainda mais bonito, digo eu. Mas há mais, fica para outra oportuninade. Á, já me esquecia, não consigo ver as fotografias. Mas vi o filme. Um abraço. A. Vilela.

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    1. Caro amigo António Vilela. Os comentários num post são de muita utilidade principalmente quando fazem correcções (exacto, é Beloi e não Boloi e já agora agradeço também ao Adriano Moreira a mesma correcção), dão indicacações/informações que complementam o artigo.
      Um dia ainda vos contarei como fui ter a Beloi e a razão porque não descobri tascas.
      Um abraço

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    2. Lembro-me das cestas passarem nas Antas nos Lameirais e dá-me a ideia que até por cima do estádio para o Monte Aventino e de achar piada quando traziam operários quando vinham para o Porto.
      Essa de não descobrir tascas é uma falha "grave", vinda de quem vem...
      Um abraço
      cumprim/jteix

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  4. Brasil Canoas

    Amigo Portojo nem sabe quantas recordações me trouxeram essas fotos!
    Pegava o elétrico junto com meus avós e familia e ia até um restaurante Andavamos + ou- uma hora a pé depois do fim de linha do elétrico o restaurante era mesmo á beira de um rio e tinha uma ponte por esse motivo meu avô o chamava de Mateus da ponte tinha lá dentro a sala de almoços e era sempre cheia, e tinha uma ramada alta e árvores um lugar agradável inclusive meu ultimo domingo antes de vir para o Brasil morar, foi lá o almoço não lembro o dia mas foi um domingo de agosto, pois cheguei ao brasil dia 20/09/1955 faz muito tempo mas não esqueço, talvez por não ter escolhido vir, e a adaptação para mim foi horrivel pelo menos até conhecer a pessoa que viria a ser meu marido, daí em diante foi menos traumático mas quantas vezes chorei e ainda choro nos braços dele, que me entende e me consola e me proporciona minhas idas aí. Um abraço de amizade mas muito forte não nos conhecemos pessoalmente mas já lhe devo estes momentos felizes de recordar, mesmo me emocionando eu gosto de lembrar foram momentos felizes.
    De sua amiga fraterna Isabel

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  5. muito intressante tanto as fotografias como o filme
    adorei,fiquei emocionado com o filme
    recordações do passado que saudades
    dessa gente humilde e boa.
    bem hajas amigo Jorge.
    um abraço
    Fernando Súcio

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  6. Caro Jorge: Este seu trabalho é notável!É preciso fazer qualquer coisa para que seja reconhecido e recompensado pelas Autoridades competentes deste País. Não sei quais são, mas alguém no Ministério da Indústria e/ou da Cultura têm de tomar conhecimento desta pesquisa e destas fotos admiráveis que tão bem ilustram o que foi o esforço industrial português, quase todo feito à custa da zona Oriental do Porto, a saga da revolução industrial baseada no carvão e no ferro de que tão escassamente sempre dispusemos.Ainda há gente que pensa que os Portugueses são pobres por inépcia ou pouca inteligência.E no entanto foi um português – David Ricardo, judeu, emigrado na Inglaterra quem enunciou a célebre teoria das “vantagens competitivas”. Os suíços e os austríacos não participaram nas descobertas…porque não tinham Mar. Nós hoje não somos ricos ( nem a Grécia, nem a Itália do Sul etc. ) porque nunca tivemos boas jazidas de ferro nem carvão de qualidade (hulha, antracite)…e “ipso facto” a revolução industrial chegou tarde e débil. Nada mais. Deixemos de nos zurzir permanentemente com as tretas de que somos preguiçosos ou inferiores aos outros europeus no que quer que seja .Muito pelo contrário.Também gostei de o ver referir-se ao Ilhéu ( Bairro Salazar) na Rua de S.Roque da Lameira, frente à Travessa da Maceda, onde meu Pai tinha casa e para onde fui morar quando entrei para a escola primária ( Escola nº 31 ) já cerca do Bairro de Contumil edificado pelo “regime” para alojar a pequena burguesia de então e funcionários públicos.Meu Pai era dono do Cinema Vitória, junto à Ponte de Rio Tinto. De lá se avistavam as “vagonetas” suspensas de grossos cabos, carregando carvão de S.Pedro da Cova, incessantemente. Nunca soube bem para onde…Meu Pai dizia que era para produzir electricidade para a Carris.De repente todas essas cenas vieram perante os meus olhos…Obrigado Jorge, Continuo sem o conhecer pessoalmente. Mas estou em dívida consigo.Abraço. Orlando

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  7. Caro amigo Orlando.
    Jazidas de minério, incluindo ouro, não nos faltam. Bem como petróleo, segundo parece. A qualidade é que fraca. Numa das minhas pesquisas li que o carvão de S. Pedro da Cova era cinco vezes inferior ao de Inglaterra - Cardif - .Isto num relatório mineiro que serviu de tese de doutoramento a um senhor de quem não lembro o nome.
    Noutra pesquisa li que devem estar em S. Pedro mais de 100 milhões de toneladas. Não sei se em Moncorvo aquilo vai à vante.
    Num outro trabalho meu, aqui, está a referencia à Maceda, agora cortada pelas novas estradas.O Juvenil foi ponto de encontro de uma rapaziada que chegou a juntar mais de 30 Ratos, era assim que o grupo de chamava, sensivelmente até finais dos anos 70.Depois a vida foi-nos separando.Já poucos estamos cá desse grupo. Alguns ainda param no Rancho do Ilhéu outros nos Colombófilos.
    Fui frequentador do Vitória, inclusivé passei Carnaval onde uma orquestra actou.
    A Escola 31 do Ilhéu creio que ainda funciona. Todos os anos os ex-alunos juntam-se num almoço com duas professoras velhinhas no Restaurante Choupal dos Melros. Embora não tenha frequentado a Escola sempre vejo alguns amigos daquele tempo porque o almoço tem coincidido com um que uma outra rapaziada - da tropa - faz no mesmo Restaurante. É em Dezembro.
    Seu pai tinha razão quando falava em produção de electricidade para a carris, mas não era o carvão transportado nas cestas, que esse ía para o Monte Aventino. Era o transportado pelas Zorras.
    Receba um abraço de amizade do
    Jorge

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    1. Desculpa o erro "Colombófilos" Deveria ser Columbófilos.

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  8. Grande trabalho ,como sempre teu empenho se supera a cada trabalho.
    Caprichou mesmo.
    Valeu ,obrigada.
    Abracos.

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  9. Dois pequenos reparos:

    - A central de Massarelos era termo e não hidroeléctrica.

    - O teleférico que passava sobre Medas transportava o carvão do Pejão para a Central Termoeléctrica da Tapada do Outeiro que também recebia, por via idêntica, o carvão de S. Pedro da Cova. Esta central foi, aliás, projectada especificamente para queimar os carvões (pobres) de ambas as minas.

    JJR

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    1. Obrigado, amigo - ou amiga - pela sua informação. Só agora li o seu comentário.
      Um abraço

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  10. boa noite uma correção a adega azul existe e alem de casa também e um restaurante e come-se muito bem e barato.o dono do prédio chama-se manel e também tem a auto reparadora do passal,abraço pra todos e saúde e o que vos desejo

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    1. Caro Filipe. obrigado pela informação. Mas onde ficam essa casa ? Um abraço.

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  11. bom dia,a casa e o restaurante que falei fica em s.p.cova Gondomar onde o antigo troley começava ou acabava a volta que fazia ate ao porto.obg abraços

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  12. Boa tarde, desde já lhes digo que nem sei como aqui vim parar mas gostei do que vi e li.aproveito também para fazer uma pequena corrreção que li num dos comentários e dizer que o rio que passa em S. Pedro é o rio Ferreira e não Couce que é uma pequena aldeia pertencente a Valongo!Proveito também para acrescentar os links de street view da localização de:
    Adega Azul (término da linha 10 do elétrico)- http://goo.gl/maps/SMwMl
    Cavalete do poço de são Vicente- http://goo.gl/maps/dIqd4
    Museu Mineiro-http://goo.gl/maps/pMNlt
    Aldeia de Couce em Valongo( Lugar magnifico)-http://goo.gl/maps/psyA3
    Rio Ferreira-http://goo.gl/maps/nCvyV
    Passe bem e continuação de bom trabalho!

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    1. Caro amigo, desculpa só hoje responder e agradecer-lhe as suas informações. Fiz uma nova postagem, hoje, sobre as Minas.
      Receba um abraço de amizade do
      Jorge Portojo

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  13. Cada uma destas fotografias faz-me recuar décadas e reviver esses tempos de míngua e medo

    mas também singelos e alegres... Agora anda-se calçado, vestido, pescoço e cabeça agasalhados

    mas tão tristes...

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  14. Excelente retrato de São Pedro da Cova......muito obrigado

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  15. Ainda nao vi foi fotos dos poços existentes bem como o mapa onde estao as galerias que supostamente existem no subsolo .
    Houve em tempo uma derrocada perto da fabrica da Bicafé que uma galeria tinha desabado e com isto o chao á beira de uma estrada aluiu todo gerando uma grande cratera , em que depois foi todo tapado com terra .

    Por acaso sou muito curisoso com isto já que nunca soube um mapa das galerias

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    1. Caro amigo. Talvez o Museu Mineiro ou a Junta de Freguesia lhe possa dar alguma resposta. Um abraço

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  16. Parabens pelo trabalho e dedicaçao por terem desponiblizado toda esta informçao e memorias ....

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  17. A senhora a apanhar o carvão era a minha bisavó Clarinda!
    Obrigada pela recordação!

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    1. Conheci a tua avo a minha ia para la convetsar a sofia rabeca bons tempos

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    2. Fico feliz por duas amigas se encontrarem

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  18. Gente humilde pessoas com garra e grande coragem vivem e dao tudo pela sua humilde e nobre terra . que e sao pedro da cova.

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  19. ainda hoje no bairro de s.joao de deus existem estruturas da linha das cestas de carvão que iam para o monte aventino as antas...

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  20. muito bom esta trabalho que eu acabei de ler eu que nasçi em baguim do monte conseilho de gondomar tenho 61 anos ,mas ainda tenho uma pequena recordação das sextinhas de carvão que vinha pelos canpos pelas bouças e tambem cheguei a ver alguns trabalhos nos velhos poste onde faziam reparações quando rebentava o groça cabo que rebocaba as ditas sextinhas do carvão que vinha de s/pedro da cova eu soudades deste tempo eu tinhnãa os meus 9/10 aninhos tambem aqui foi falado do cinema vitória onde eu tenho boas recordações filmes da epóca cowboadas e filmes de amor soudades boms tempos que a gente podia andar na rua que ninguim nos asaltava esse tempo sim avia respeito mas isso é coisa que já esta a sair do tema das MINAS DE CARVÃO DE S/PEDRO DA COVA....obrigada por todo o trabalho que o amigo a qui postos um forte abraço e desculpa por meus erros de aligrafia,,,,mas dá para enteder abraços

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  21. Sr. Jorge. Boa noite.Meu avô foi mineiro em S.Pedro da Cova. Não o conheci, pois nasci e vivo no Brasil , para onde meu pai veio há muitos anos. O Sr. teria como pesquisar a ficha do meu avô? António Bastos Moreira, casado com Rosa da Silva Neves. Meu pai era José Domingos B. Moreira. Ficaria muito feliz e grata por qualquer recordação.

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  22. Meu Avô também foi para o Brasil.nunca soube notícias penso nome de Manuel Pacheco.

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