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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

91 - Alfarrabista Chaminé da Mota

Por várias vezes passei no número 28 da Rua das Flores sem nunca ter entrado, admirando de fora o seu interior e as suas montras. Até que em Maio último, entrei mesmo e fiquei espantado com o que vi. Chaminé da Mota não é só um Alfarrabista.
Fundada em 1981, a casa é um autentico museu vivo, com um acervo de peças que nos deixam deslumbrados. É, tem de ser, mais um ícone da Cidade. Por mim tudo farei para dar a conhecer.  
À entrada, um simples cartaz em forma de páginas de livro, desenhado, faz-nos recuar ao tempo em que grandes artistas plásticos criavam, quási em anonimato, a publicidade gráfica, arte ou industria na qual me formei profissionalmente. 
À esquerda, um cartaz de meados dos anos 50, impresso na antiga Litografia Universal, cuja tiragem inicial foi de 2.000 exemplares. Desconheço o autor gráfico. Sei que um desses exemplares de primeira edição, em leilão, estava com o valor inicial de 100 euros.  
Numa das minhas passagens, presumo ter reconhecido o arquitecto e fotógrafo João Meneres, velho companheiro de andanças profissionais.
                                 
Passeando pelo interior, onde a par dos livros descobrimos peças de sonho.  
Recordações de uma guerra mundial, creio que da primeira (1914-1918). Se estiver errado, alguém o denunciará.
Cartaz com uma legenda explicativa que esqueci. Mas tem a ver com a característica da reprodução. Voltarei um dias destes.
Por cima da estante, carregada de belas brochuras, os frascos de Litro da tinta de escrever que se usavam nas escolas e escritórios. Os aparos utilizados eram os ponta de lança, Chamavam-se Perry.?
Uma infinidade de belas peças estão em exposição por todo o lado.

As catacumbas
 
Caixas de música, do séc. XIX de várias origens, são um regalo para os olhos e ouvidos. Um disco enorme, construído em material que desconheço, com pontinhos e traços, solta os sons da Internacional. Dizia-me o Senhor Chaminé da Mota: Um dia será o Hino do Brasil (Estava nessa altura acompanhado por uma visitante amiga, brasileira). Ele riu, nós rimos. Conheci a música. Leia-se o que a Wikipédia diz: No Brasil, é a canção oficial do Partido Comunista Brasileiro. Os anarquistas brasileiros também o adotam. Porém, diferentemente dos comunistas, mantêm a versão original da tradução de Neno Vasco para o verso "Messias, deus, chefes supremos", ao invés de "Senhores, patrões, chefes supremos". O verso é suprimido na versão do Partido Comunista para evitar conflitos com alas da Igreja Católica que o apoiam. No Brasil foi gravada pela banda paulista de punk rock Garotos Podres, cujo vocalista é doutor em história e estudioso dos escritos de Karl Marx.(reproduzi o texto na íntegra).
Mas adiante.
As montras variam de exposição. Creio que serão temáticas. Ontem não faltava um brinquedo da minha meninice. Na de baixo, os "gibis" da pré adolescencia.
Um dia voltarei a esta Casa de Cultura para saber mais coisas. Se houver paciências que me aturem. Até lá, não percam uma visita.
O Senhor Chaminé da Mota deu-me o prazer de registar uma pose de recordação em Maio. Ontem não estava, mas prometo que voltarei para aprender.